500 anos
22/11 a 24/11
Os 500 anos da primeira apresentação do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, são assinalados em Castelo Branco, a partir de hoje, quarta-feira, até sexta, no Cine-Teatro Avenida. Os cinco séculos da obra são comemorados através do projeto Embarcação do Inferno, que é uma coprodução entre A Escola da Noite – Grupo de Teatro de Coimbra e o Cendrev – Centro Dramático de Évora e com o programa completo, que para além dos espetáculos, para o público em geral e para as escolas, inclui uma oficina para professores e uma conferência sobre Gil Vicente. O programa começa hoje, quarta-feira, às 18 horas, com a conferência Gil Vicente no seu tempo e no nosso tempo, proferida pelo consultor científico do projeto, José Augusto Cardoso Bernardes, professor e investigador na Universidade de Coimbra e um dos mais respeitados especialistas na obra do primeiro dramaturgo português. José Augusto Cardoso Bernardes aborda o sentido que continua a fazer visitar a obra Vicentina 500 anos depois de ter sido escrita. Amanhã, quinta-feira, e sexta, a partir das 18 horas, realiza-se uma oficina para professores, coordenada pelos diretores artísticos das duas companhias, António Augusto Barros e José Russo. A oficina tem a duração de cinco horas, em horário pós-laboral e destina-se a um mínimo de cinco e a um máximo de 15 participantes, de forma a assegurar a qualidade e a profundidade do trabalho, que inclui exercícios práticos. No que se refere à Embarcação do Inferno estão previstas três sessões. Amanhã, quinta-feira, realizam-se duas sessões especiais para o público escolar do Distrito de Castelo Branco, às 11 e às 15 horas; sexta-feira há uma sessão para o público em geral, às 21h30, com os bilhetes a custarem cinco euros. Nas sessões para escolas, tal como para a conferência de José Bernardes, a entrada é gratuita. No ano em que se comemoram os 500 anos da primeira apresentação do Auto de Moralidade da Embarcação do Inferno, também conhecido como Auto da Barca do Inferno, os dois grupos assumem a vontade de celebrar com o público este momento fundador do Teatro Português, recordando que “Gil Vicente não é apenas o nosso maior dramaturgo, ele é uma das figuras cimeiras da nossa literatura e da nossa cultura, pese embora o insistente esquecimento a que tem sido votado. À falta de datas precisas de nascimento e morte, é a sua obra que pode e deve ser comemorada, em particular o Auto da Barca do Inferno, obra maior da Idade Média europeia”.