O perigo mora ao lado. Ou seja, o perigo mora em Espanha e grande parte dos riscos são para Portugal.
Como se já não fosse suficiente a Central Nuclear de Almaraz, a escassos 100 quilómetros da fronteira Portuguesa, nomeadamente com o Distrito de Castelo Branco, agora os nossos vizinhos ibéricos estão a instalar uma mina de urânio a céu aberto, em Retortillo, Salamanca, a somente 40 quilómetros da fronteira com Almeida, no Distrito da Guarda.
Apesar de estar mais longe do Distrito de Castelo Branco, não está assim tão longe e, mais uma vez, a Região pode estar à mercê da radioatividade vinda do País vizinho, caso algo corra mal.
Isto para já não falar que devido a estas duas situações, os dois maiores rios que atravessam Portugal, o Tejo e o Douro, podem ser a via para espalhar radioatividade pelo País de um lado ao outro, até ao mar.
Diz o velho provérbio que De Espanha, nem bom vento, nem bom casamento. Um velho ditado popular que tem como base o facto dos ventos oriundos de Espanha, serem frios no inverno e secos no verão, enquanto no respeitante ao casamento, historicamente, tinha como ponto de partida alguns casamentos mal sucedidos entre as coroas portuguesa e espanhola. Mas, neste caso, é mesmo o vento que está em causa. Tudo, porque além do possível transporte de radioatividade pelos rios, no caso de um acidente, a mesma radioatividade pode chegar a Portugal, pela ação do vento.
O moral da história é que Portugal, devido a opções do governo de Espanha, pode ser um país potencialmente radioativo, com todos os perigos daí resultantes. Uma realidade tanto mais irónica quando Portugal é um país que nunca optou por soluções nucleares ou que comportem risco de radioatividade.

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