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4 de abril de 2018

CEM POEMAS (DE MORRER) DE AMOR E UMA CANTIGA PARTINDO-SE
Gonçalo Salvado e Maria João Fernandes homenageiam João Roiz de Castelo Branco em antologia

Gonçalo Salvado e Maria João Fernandes são os autores da antologia Cem Poemas (de Morrer) de Amor e uma Cantiga Partindo-se prefaciada por Guilherme d’Oliveira Martins, ilustrada com desenhos do escultor Francisco Simões e com design gráfico de Inês Ramos.
A obra apoiada pela Câmara de Castelo Branco é apresentada na próxima terça-feira, dia 10 de abril, às 18h30, no antigo edifício dos CTT, no Largo da Sé, em Castelo Branco, a par da inauguração da exposição Amor Única Chama, com esculturas, cerâmicas e desenhos de Francisco Simões em homenagem à Cantiga Partindo-se, de João Roiz de Castelo Branco (ler notícia).
De realçar que uma serigrafia de Francisco Simões realizada por Paulo Lourenço, a partir de um dos desenhos incluídos no livro, acompanhará uma edição especial inserida dentro de uma caixa.
Cem Poemas (de Morrer) de Amor e uma Cantiga Partindo-se é apresentada por Maria de Lurdes Gouveia Barata e pelos autores e inclui a leitura de excertos de poemas por Maria Paula Mendes e pelo poeta Gonçalo Salvado, em diálogo musical com Joaquim Pires, que é membro do trio Castro Leuca, na guitarra clássica.
O poeta João Roiz de Castelo Branco, homenageado pela cidade associada ao seu nome e o seu famoso poema Senhora partem tão tristes meus olhos por vós, meu bem, deram o mote a Cem Poemas (de Morrer) de Amor e uma Cantiga Partindo-se, sendo referido, em relação à obra, que “o tema de Morrer de Amor manifestou-se nos diversos períodos da literatura portuguesa, da Idade Média, do Renascimento, do Barroco e do Romantismo, aos nossos dias, atingindo cumes de inexcedível beleza e em poetas tão marcantes como D. Dinis, Camões, Soror Maria do Céu, Bocage, Almeida Garrett, Castilho, Camilo Castelo Branco, Teixeira de Pascoaes, Florbela Espanca, Natália Correia, Eugénio de Andrade, Herberto Hélder, Maria Teresa Horta e Vasco Graça Moura entre muitos outros. Documentando num verdadeiro livro tese a intensidade da expressão do sentimento amoroso em língua portuguesa com grande destaque para a nossa literatura.
O extraordinário conjunto de poemas agora pela primeira vez reunidos demonstra a tese defendida pelo reconhecido escritor e ensaísta Denis de Rougemont (1906-1985) na sua obra de referência, O Amor e o Ocidente. A importância da relação do amor e da morte, estruturante do lirismo ocidental, na presente antologia equacionado com a poesia portuguesa, aspeto a que se referem Gonçalo Salvado e Maria João Fernandes”.
Gonçalo Salvado destaca que “reportando-nos à nossa cultura, e citando João Gaspar Simões, é bem verdade que o sentimento que os poetas portugueses mais diretamente comunicam à sua poesia, quando o amor a inspira, é essa espécie de anelo, ao mesmo tempo carnal e anímico, que provém de um instinto profundo inerente à raça, instinto esse segundo o qual a fusão com o ente amado – “torna-se o amador na cousa amada” (Camões) – constitui uma dolorosa, grave, sofredora e quase trágica necessidade”. Necessidade que o tema recorrente do morrer de amor, continuamente presente ao longo da história da nossa poesia e da nossa literatura, bem documenta.
Desde a Idade Média, o tema do morrer de amor é motivo recorrente na nossa literatura como este livro demonstra, reaparecendo em cada época, renovado, tomando modalidades próprias, representando por vezes um largo, excruciante e ininterrupto lamento, um doloroso solilóquio eivado de queixume e pesar, um choro soluçado em versos doridos e pungentes repletos de humilde e amorosa imploração. Outras vezes uma jubilosa e arroubada aspiração, continuamente perseguida, que nenhum impossível logra anular, que desesperança alguma consegue estancar. Aspiração intangível, e contudo irresistível, condenada quase sempre ao sonho e ao fracasso do irrealizável – mas capaz de conferir à vida o seu sentido maior, a sua transcendente dignidade”.
Por sua vez Maria João Fernandes esclarece no seu ensaio de abertura que “este livro constitui uma etapa fundamental não apenas na tentativa de caracterização de uma Arte de Amar em língua portuguesa, mas do que pode vir a constituir o estudo da antropologia cultural do tema na sua vertente ocidental já abordada em clássico ensaio de Denis de Rougemont. Morrer de Amor na galáxia que brilha neste conjunto marca a expressão da maior intensidade, o êxtase da vivência amorosa. Dos poemas do período medieval à contemporânea expressão da eterna chama do amor, assistimos hoje à trajetória de uma ancestral quête amorosa que não é do domínio da alma ou dos sentidos, mas de ambos, em sintonia com a natureza e sob o signo do divino. Nunca a união dos amantes parece ter ido tão longe, nem ter conseguido uma tão absoluta e total expressão, como em língua portuguesa no tema pela primeira vez plasmado neste livro. Percebemos aquilo que já notou Jaime Cortesão, considerando “a afetividade lusitana” o “paradigma do mais puro amor humano” e que no Ocidente o amor se escreve em português. Nenhuma outra língua e cultura igualaram a intensidade, a beleza e a profundidade da sua expressão do mistério universal do amor”.
Por seu lado, Guilherme de Oliveira Martins acrescenta que “Cem Poemas (de Morrer) de Amor e uma Cantiga Partindo-se, Antologia de homenagem a João Roiz de Castelo Branco na Poesia Portuguesa do Século XIII ao Século XXI de Gonçalo Salvado e Maria João Fernandes com ilustrações de Francisco Simões, é um repositório dessa ligação muito própria entre o sentimento e a vontade, entre o lirismo e o sentido melancólico e trágico, que nos leva à consideração de quem somos, sem podermos ser reduzidos a qualquer simplificação. Há um fio de Ariadne que nos conduz pelo tempo que flui – e a palavra, desde os trovadores aos poetas do Século XXI, assume uma coerência extraordinária e apaixonante, apenas suscetível de nos fixarmos no fantástico poema do inspiradíssimo João Roiz. Dir-se-ia que nestes versos encontramos a presença de toda a poesia do Ocidente peninsular, com a plasticidade própria de um movimento cadenciado do amor e da morte, do encontro e do desencontro, do desespero e da esperança… E voltamos a lembrar Amadis, o Donzel do Mar, e Oriana, a sem par, na expressão de Afonso Lopes Vieira: “Mas o amor não tem fim, se é belo amor; ou, se o tem, tem-no em si mesmo, porque amor ama o amor…”. Melhor do que todas as palavras – é ler os Cem Poemas (de Morrer) de Amor”.
Os 100 poemas do livro contribuem assim para uma nova visão da literatura de expressão em língua portuguesa, dando forma a um tema cuja reunião e estudo são inéditos na nossa cultura, embora nela tenha uma incidência e significado excecionais como este livro pela primeira vez amplamente documenta”.

04/04/2018
 

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