António Tavares
Editorial
As antigas autoestradas sem custos para o utilizador (SCUT), entre elas a Autoestrada da Beira Interior (A23), estão mais uma vez na ordem do dia, depois do Jornal de Notícias ter adiantado que, brevemente, o Conselho de Ministros aprovará uma redução de 30 por cento no valor das portagens, no que se refere aos veículos pesados.
Uma notícia bem vinda, mas que, por razões óbvias, já fez ressurgir a polémica em torno das portagens. Tudo, porque, rapidamente, houve quem tenha vindo a público questionar a razão pela qual a redução do valor não contempla também os ligeiros de mercadorias e os veículos ligeiros em geral.
Segundo se sabe a medida da redução de 30 por cento das portagens para pesados tem como finalidade aumentar a competitividade da atividade económica. Mas porquê só para os pesados, uma vez que os ligeiros de mercadorias também são um instrumento de trabalho para as empresas, é a pergunta que se levanta.
E, depois, há também a questão da generalidade dos ligeiros, porque se o objetivo é alavancar o desenvolvimento do Interior do País, também o cidadão comum, que não é empresário, merece e tem direito a algum alívio.
Mas a polémica das portagens vai mais longe, a partir do momento que para muitos a luta continua e a única medida vista como realmente justa não é a redução do valor das portagens, mas simplesmente a sua abolição, num regresso às antigas SCUT de boa memória para quem vive nestas regiões mais desfavorecidas.