António Tavares
Editorial
Chegou o mês de junho e com ele os exames nacionais para os alunos do 9º, 11º e 12º anos de escolaridade. E, infelizmente, a exemplo do ano passado, na área do ensino assiste-se a mais um episódio que não dignifica ninguém, muito pelo contrário.
Independentemente de quem tenha razão, seja o Ministério da Educação ou os professores, as greves às reuniões de avaliação estão a ser uma realidade, colocando em causa o futuro dos jovens estudantes.
De um lado está o Governo, que garante não ter dinheiro para satisfazer as reivindicações dos professores, do outro lado estão os docentes, com os seus sindicatos, que não desistem de exigir aquilo a que afirmam ter direito.
Isto, com ambas as partes a afirmarem que não pretendem, em situação alguma, prejudicar os alunos.
Mas, palavras leva-as o vento, garante a velha sabedoria popular, e as ações, essas é que contam e deixam marcas.
Nesta guerra, do que não resta a menor dúvida, é que no meio dos dois lados da contenda estão os alunos, que sem terem qualquer culpa acabam por ser os mais afetados, quer pela ansiedade a que são submetidos, quer pelo facto de verem o seu futuro suspenso.
Assim, tristemente, e mesmo vergonhosamente, nesta luta o que acontece aos alunos são apenas danos colaterais.
No entanto, talvez não seja má ideia começarem a assumir que os alunos, são os eleitores de amanhã, sendo também uma verdade inquestionável que são eles a razão de existirem professores. Por isso, confrontem-se como quiserem, mas deixem os inocentes em paz.