E é assim, mais um ano estamos com o Natal mesmo aí à porta. Chegou e está quase no seu auge a tradicional e famosa quadra natalícia, com tudo aquilo que ela implica.
As ruas ganharam uma nova iluminação, as músicas de Natal são quase omnipresentes e, nesta época do ano, as pessoas, que muitas vezes ao longo do ano assumem uma faceta por vezes bem menos simpática e humana, sofrem uma metamorfose, transformando-se em seres simpáticos, pelo menos aparentemente. E aí está o que seria uma boa prenda de Natal para a humanidade. Ou seja, que as pessoas, independentemente da época do ano, fossem simpáticas, sociais e humanas, evitando que o Natal, apesar de toda a alegria que transporta, não fosse conotado com a hipocrisia.
Sim, porque se se analisar bem esta quadra ela é realmente um imenso mar de hipocrisia, fazendo quase crer que vivemos num mundo perfeito, qual paraíso na Terra.
Mas, por sinal, uma hipocrisia que tem em um prazo de validade muito restrito. São apenas suficientes alguns dias e com a mudança de ano, a metamorfose sofre uma inversão e lá se vão as pessoas simpáticas e humanas, atirando para o fundo de um qualquer armário, ou gaveta, os valores humanísticos. Daqui a um ano, quando se aproximar de novo o Natal, lá tem que se ir procurar essas virtudes, sabe-se lá com que esforço, para muitas pessoas.
Mas isto não quer dizer que esta é uma doença que afeta todos, pois, é bom que se diga, que há quem ao longo do ano não seja vítima desta epidemia sazonal.
Seja como for, e sem qualquer laivo de hipocrisia, nem tão pouco de ironia, fica o desejo de um bom Natal.

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