António Tavares
Editorial
O Dia Internacional da Mulher é assinalado na próxima sexta-feira, 8 de março. Este é mais um dia para lembrar a importância da mulher, a par do Dia da Mãe, claro está, mas também de todos os dias do ano, porque Dia da Mulher, tal como muitos, devem ser todos os dias.
Com a comemoração do Dia da Mulher, muito havia para dizer, mas uma das questões que se levanta, desde logo, por estar na ordem do dia, é o do flagelo da violência doméstica. Um problema que afeta ambos os sexos, porque é mesmo assim, embora seja inquestionável que a esmagadora maioria das vítimas são mulheres.
A violência doméstica é um problema grave que, no limite, conduz à perda de vidas humanas.
Só nos primeiros dois meses deste ano, em Portugal, 11 mulheres, das quais uma criança, já foram assassinadas em contexto de violência doméstica. Um crescimento significativo em comparação com igual período do ano passado, pois basta ter em atenção que nos dois primeiros meses do ano passado, o número de mulheres assassinadas nestas circunstâncias foi de cinco.
No ano passado, no País, foram assassinadas em contexto de violência doméstica 28 mulheres. Valor, que a manter-se a tendência de aumento verificada até agora, pode facilmente ser ultrapassado.
Com base em dados do Observatório das Mulheres Assassinadas é sabido que em Portugal, entre 2004 e 2018, as vítimas mortas ascendem a 503. Um número que assusta pela sua dimensão e que faz pensar no que se pode fazer para que o futuro seja diferente.
Para já, o Conselho de Ministros, deu um passo nesse sentido, ao aprovar a próxima quinta-feira, 7 de março, como o Dia de Luto Nacional Contra a Violência Doméstica