António Tavares
Editorial
Nas jornadas internacionais O Aproveitamento Resineiro: Florestas com Futuro, que decorreram em Proença-a-Nova, na semana passada, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e a Resipinus – Associação dos Destiladores e Exploradores de Resina, assinaram um protocolo que permite que cerca 100 resineiros possam acumular a atividade de resinagem com a vigilância da floresta contra os incêndios florestais.
Está assim dado mais um passo para combater o flagelo dos incêndios florestais, que ano após ano, reduzem uma das principais riquezas de Portugal, a floresta, a cinzas, não sendo também raras as vezes que os fogos também custos em termos de vidas humanas.
Os resineiros vão assim juntar-se aos pastores e, claro está, a todos o dispositivo da proteção civil, na vigilância da floresta, bem como àquelas que ficaram conhecidas como as cabras sapadoras, que asseguram a limpeza de matos.
Sem dúvida bons passos para lutar contra os fogos florestais, mas, diga-se, que não representam nada de novo, afinal tudo isto não passa de um recuo ao passado, quando as atividades no mundo rural e as pessoas que as faziam eram os principais sentinelas, que além de prevenirem, faziam o primeiro combate e davam o alerta às populações.
E mais uma vez se vai ter ao já crónico problema do Interior, que é a falta de pessoas, a desertificação. Este, que é outro flagelo do País, é que deveria ser a grande prioridade, mas os governantes tardam em perceber, sem saudosismos do passado, que dar condições e restabelecer a demografia destas zonas é de facto o mais importante. Talvez um dia cheguem a essa conclusão, que afinal está à vista de todos!