António Tavares
Editorial
A realidade dura e crua de Portugal foi, uma vez mais, exposta depois da Pordata ter revelado os dados apurados com a elaboração do trabalho intitulado Retrato de Portugal. Um estudo que assenta em 16 itens, com base na análise de dados entre 2007 e 2018.
As conclusões não deixam margem para dúvidas: Portugal é um país com cada vez menos população, cada vez mais envelhecida e mais pobre.
Uma realidade que não augura nada de bom para Portugal, logo a começar pela população residente, que de 2008 para 2018 diminuiu em 274 mil pessoas, pelo que, no ano passado, a população ia pouco além dos 10 milhões. Ainda em termos de população, os dados revelam que em 2008 havia 115 idosos por cada 100 jovens até aos 15 anos. Rácio que no ano passado subiu para 157 idosos por cada 100 jovens.
Um dado positivo, mas que mesmo assim, não deixa de ser preocupante, respeita ao risco de pobreza, pois a taxa diminuiu de 19 por cento, em 2007, para 17 por cento, em 2017. Um decréscimo de dois pontos percentuais, mas que mesmo assim continua elevada, afetando, principalmente, os jovens até aos 18 anos e as pessoas com mais de 65 anos.
Este é, em linhas simples o retrato do País, no seu todo, porque se se analisar por regiões, claro está que é bem diferente, com um fosso enorme entre o Litoral e Interior.
E aqui chegamos à Beira. Um território muitas vezes esquecido, onde a população é menor e mais velha, mas onde a resiliência é uma imagem de marca e devia ser um incentivo para que os Beirões não fossem sistematicamente esquecidos, por quem só tem olhos para o Litoral.