O festival Fora do Lugar está de regresso a Idanha, a partir da próxima sexta-feira, 22 de novembro, até dia 7 de dezembro, com músicos e projetos que chegam dos mais variados pontos do Mundo.
A oitava edição do Fora do Lugar volta a ocupar os mais invulgares espaços de Idanha-a-Nova, onde promoverá 30 atividades ao longo de três semanas, incluindo sete concertos com artistas de nove países, mais concretamente de Portugal, Espanha, Inglaterra, Estados Unidos da América, Argentina, Finlândia, Suécia, Grécia e Síria.
O presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto, afirma que “a música dá o mote, num evento que vai mais além e se converte numa experiência única do lugar. É o sabor da terra, uma terra que se revela, se reinventa e persiste em trilhar um caminho feito de legados, mas de rosto voltado para o futuro. Certamente por isso, Idanha-a-Nova e o Fora do Lugar se entendem tão bem.
Resultado da parceria entre a Arte das Musas e a Câmara de Idanha-a-Nova, e com o apoio do Ministério da Cultura e da Direção Geral das Artes, o Fora do Lugar – Festival Internacional de Músicas Antigas é uma proposta inspirada no mundo rural, virada para o País, a Europa e o Mundo.
Armindo Jacinto acrescenta que “a criatividade, a inovação, a sustentabilidade e a partilha e participação social assumem hoje uma dimensão global no município de Idanha, mais ainda enquanto Cidade Criativa da UNESCO na Música. Neste ponto, o Fora do Lugar é um reflexo singularmente brilhante, espécie de feixe orientador, que leva Idanha pelo Mundo, estimulando um olhar atento sobre o papel crucial a desempenhar pela ruralidade nos dias de hoje”.
O Fora do Lugar tem direção artística de Filipe Faria, que explica que o evento “põe em diálogo diferentes formas e tempos, desafiando a uma nova atitude perante as músicas antigas, e abordando, de uma forma inovadora, os diálogos decorrentes dos conceitos binómios de erudito/popular e antigo/contemporâneo”.
Filipe Faria enfatiza o contributo do Fora do Lugar “para a afirmação do mundo rural enquanto espaço criador e capaz de suscitar novas dinâmicas sem perder de vista as suas raízes”.
A programação principal tem início na próxima sexta-feira, 22 de novembro, em Idanha-a-Velha, na Sé Catedral, com o projeto Alternative History, liderado pelo tenor inglês John Potter e que envolve músicos da Inglaterra, Suécia, Argentina e Estados Unidos da América (EUA). O projeto conduz a um universo paralelo, a uma imagem sonora de uma história alternativa com a música dos compositores renascentistas Dowland e Campion em diálogo com música escrita especialmente para o consort por músicos de rock como John Paul Jones, dos Led Zeppelin; Tony Banks, dos Génesis; ou Sting.
Sábado, dia 23 de novembro, chega das terras frias da Finlândia Karoliina Kantelinen, uma das últimas representantes do canto tradicional carélico. Assim, nesse dia, no Ladoeiro, Karoliina Kantelinen traz o seu canto étnico a um espaço invulgar, que não poderia ser mais fora do lugar, uma vez que o palco é um hangar agrícola em funcionamento, no meio de diospiros e abóboras.
Na semana seguinte, o Fora do Lugar visita Toulões, no dia 29 de novembro, e leva o Ensemble Allettamento, de Mario Braña Gómez e Elsa Pidre Carballa, a uma viagem através da música dos séculos XVI e XVII. No sábado, 30 de novembro, é a vez dos Milo Ke Mandarini Quartet, de Espanha e Grécia, trazerem música mediterrânea à Noite Cheia do Festival, com exposições, concertos, gastronomia e cinema documental, a partir das 20h30.
O último fim de semana começa com o Concerto Campestre, de Portugal, a 6 de dezembro, em Segura, que faz uma festa à volta das danças, folias, chacones, passacailles e outros ostinatos inspirados nas Festas do Rei Sol, Louis XIV.
O Fora do Lugar termina, dia 7 de dezembro, novamente em Idanha-a-Velha, com a cantora e tocadora de oud, Waed Bouhas-soun, da Síria, que descreve a sua música, muito ligada às suas raízes, como a expressão da sua própria identidade... Waed Bouhas-soun canta o amor pelo seu país, a Síria, e a nostalgia que sente pela sua terra natal e por Damasco, a cidade da sua juventude.
O Fora do Lugar promove ainda um conjunto alargado de atividades paralelas nestas três semanas e oito dias de programação, para além dos sete concertos principais, um dos quais secreto, pois o público só sabe a hora do concerto, não sabe local nem intérpretes, e sujeito à reserva de um código secreto de entrada. No total são 28 atividades entre concertos, workshops com os músicos convidados, um intenso programa educativo de música e corpo, a gastronomia regional, caminhadas na natureza, cinema documental, fotografia, arte sonora, exposições... e novas parcerias com o Doclisboa, o Geopark Naturtejo da UNESCO ou a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).
A entrada em todos os concertos é gratuita sujeita à lotação das salas. Nas restantes atividades é necessária inscrição prévia, também gratuita, através dos contactos do Festival, em www.foradolugar.pt ou na página do Facebook www.facebook.com/foradolugar

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