A cada dia que passa, mais são os casos de pessoas oriundas das zonas rurais, mas a viver nos centros urbanos, que estão a regressar à terra natal, para fugir ao coronavírus e ao possível contágio.
É sabido que as zonas rurais ainda estão livres do vírus, ainda sem casos confirmados. Menos gente, mais distante, os montes e a calma. Tudo no Interior é um manual de boas práticas antivírus.
Em qualquer altura é possível percorrer vários quilómetros sem se ver vivalma. Há longos campos que ajudam a isolar aldeias e pessoas.
Ora, isso está a ser aproveitado por quem ainda tem casa e família nestes locais. Por exemplo, em Sobreira Formosa, há várias famílias que se mudaram de Lisboa para o campo. As escolas fecharam, os locais de trabalho também, logo reuniram-se as condições para rumar a locais mais seguros. No entanto, algum contacto que seja preciso fazer com a empresa ou instituição onde trabalham, acontece via Internet. Há mesmo quem trabalhe a partir de casa.
Joaquim Lopes é professor numa escola de Lisboa, que encerrou, os filhos ficaram também sem aulas e a mulher é doméstica. Regressaram à casa onde nasceu este professor de 61 anos, na Freguesia de Proença. Para o contacto com a escola usa o computador portátil, preparando-se mesmo para continuar a lecionar, mas via Internet ou Skype. Queixa-se que a rede de Internet é muito fraca, mas consegue estabelecer contacto, usando a velha linha Sapo ADSL. Sinal Internet via fibra ótica só é possível nas localidades maiores e ele encontra-se numa pequena aldeia.
Restar-lhe-á, como realça, ainda tempo para contactar com os poucos habitantes da aldeia, passear pela natureza, cultivar a horta. Pelo menos até o vírus se extinguir e regressar novamente a Lisboa.
Nos próximos dias espera-se que algumas localidades possam, assim, ganhar mais habitantes.
Paulo Marques

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