O Mercado Municipal de Castelo Branco (Praça) acolheu na manhã do passado sábado, 5 de março, o Dia Fusilli, que continuou durante a tarde na Quinta do Chinco. Um dia cheio de atividades que teve como objetivo dar a conhecer o projeto Fusilli, Promover a transformação do sistema alimentar urbano através da implementação de laboratórios vivos inovadores, que é um projeto H2020, que envolve 12 cidades, algumas dentro da União Europeia (EU) e outras dentro da área pan-europeia, e que tem como objetivo principal apoiar as cidades participantes e as suas áreas periurbanas, com a meta de abordar, através de uma forte cooperação para a partilha de conhecimentos e aprendizagem mútua, os desafios da transformação do sistema alimentar.
As cidades envolvidas são San Sebastian (Espanha), Turim (Itália), Tampere (Finlândia), Kolding (Dinamarca), Differdange (Luxemburgo), Rijeka (Croácia), Roma (Itália), Atenas (Grécia), Castelo Branco (Portugal), Oslo (Noruega), Nilufer (Turquia), Kharkiv (Ucrânia).
No caso de Castelo Branco, o orçamento do Fusilli, que tem como principal beneficiário local a Câmara Castelo Branco, tendo duas instituições associadas, a Associação Centro de Apoio Tecnológico Agroalimentar (CATAA) e a Associação do Cluster Agroindustrial do Centro (Inovcluster), ascende a 628.748,75 euros, financiados a 100 por cento, e tem como finalidade implementar um sistema alimentar mais sustentável e mais saudável, acessível a todos, aproximando os consumidores dos produtores locais, pelo que, como é adiantado, “o envolvimento dos cidadãos Albicastrenses será uma parte fulcral na estratégia”.
Na apresentação do projeto o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, realçou que “o Dia Fusilli, mais do que a apresentação do projeto Fusilli, é trazer esta organização para a rua, mostrar o que se faz em Castelo Branco”, até porque, destacou, “é uma aposta no CATAA e na Inovcluster, nos seus investigadores. São projetos ao serviço da comunidade, dos investidores, dos empresários, naqueles que todos os dias vendem os seus produtos. É um projeto promotor de desenvolvimento, de melhoria, de mais-valias, para os que o integram. É para isso que trabalham os investigadores envolvidos”.
Leopoldo Rodrigues fez também questão de sublinhar que uma das cidades envolvidas é Kharkiv, na Ucrânia, para revelar que “já disponibilizamos a nossa vontade de os receber em Castelo Branco”, adiantando ainda que face ao movimento de refugiados originada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, “desenvolvemos contactos para as empresas receberem refugiados, bem como tivemos em atenção a questão da habitação”.
Por seu lado, a vereadora Patrícia Coelho referiu que o Fusilli “é um projeto de quatro anos. O primeiro ano, 2021, foi de preparação e, agora, de 2022 a 2024 é de ação”, destacando que um dos aspetos mais visíveis reside no facto de “todos os meses haver um produto do mês, que é apresentado no último sábado de cada mês. Em janeiro, foi o mês da laranja, com farinha de laranja e os Amarguiços, que são crocantes à base de laranja. Em fevereiro, foi o mês do mel, com rebuçados de mel, que têm como ingredientes o mel e o limão, podendo ter, ou não, pólen. Já março, é o mês do queijo”, revelando ainda que “os produtos, que são criados no laboratório do CATAA, serão registados”.

As ações do Fusilli
No projeto Fusilli, na rede de 12 cidades pretende-se que em cada uma implemente um ou mais living labs, laboratórios vivos para experimentação de estratégias que visem melhorar o sistema alimentar, o que inclui a realização de várias ações.
No caso de Castelo Branco essas ações passam pela “promoção e revitalização do Mercado Municipal, inclusivamente do espaço atualmente dedicado aos produtores locais; promoção das feiras gastronómicas nos espaços urbano e interurbano; implementação e monitorização de hortas escolares em todas as escolas; instalação de jardins verticais por toda a cidade, não só para aumentar os espaços verdes, mas também para promover os insetos polinizadores; distribuição de mil compostores domésticos, mistos: de jardim e de apartamento (com possibilidade de recolha do composto nas Hortas Sociais da Quinta do Chinco); oficinas para promoção de dieta saudável e mais sustentável, com foco na Dieta Mediterrânea e na utilização de ingredientes locais e sazonais; demonstrações culinárias showcookings realizadas por chefs da região, que deverão dar foco aos produtos regionais e sazonais; distribuição de livros e folhetos (exemplo de temáticas: alimentos locais e sazonais); promoção de atividades nas Hortas Sociais que visem a alimentação saudável e sustentável e a aprendizagem de práticas tradicionais agrícolas (exemplo: apanha da azeitona com vara); desenvolvimento de novos produtos com ingredientes locais e/ou sazonais; visitas a produtores locais; criação de um grupo de trabalho com produtores e consumidores prosumer, para participarem na estratégia de melhoria do sistema alimentar local; assinatura do Tratado de Milão, Milan Urban Food Policy Pact, pela Câmara de Castelo Branco”.
António Tavares

Outros Artigos