EXPOSIÇÃO ABRE COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DA MORTE
O Mundo na objetiva de Francisco Tavares Proença Júnior
As Comemorações do Centenário da Morte de Francisco Tavares Proença Júnior (1883-1916), sob o lema Facta Non Verba, tiveram início sábado, com a inauguração da exposição Francisco Tavares Proença Júnior em 33 imagens, no Museu Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco.
A mostra, que é dinamizada pela Sociedade dos Amigos do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, contou com uma visita guiada pela comissária e autora do catálogo, Raquel Vilaça, da Universidade de Coimbra, bem como com a abordagem do tema O olhar de um fotografo do Século XXI sobre o legado fotográfico de Tavares Proença, realizada por Carlos Matos.
No dia da inauguração, o presidente da Câmara, Luís Correia, começou por destacar a “dinâmica” do Museu e da Sociedade dos Amigos, para afirmar que “nem sempre as coisas são fáceis. Nem sempre é possível chegar rapidamente, mas chegamos mais rapidamente que os responsáveis do passado”, numa alusão ao facto do Museu ter passado para a tutela da autarquia.
Luís Correia assegurou que “com esta proximidade ficamos todos a ganhar” e acrescentou que “o Museu pode não estar muito melhor, mas está a chegar a muito mais coisas”.
Quanto às comemorações do centenário da morte de Francisco Tavares Proença Júnior realçou que “hoje, infelizmente, já não temos muitas pessoas como Francisco Tavares Proença Júnior, que deu o seu património e o seu saber”.
Numa perspetiva mais ampla, Luís Correia falou na rede de museus, referindo que estão em curso as obras do Museu da Corga e do Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco, para destacar a importância de “uma marca, que é a quantidade de museus que Castelo Branco tem”.
Tudo em nome da “promoção do turismo”, com essa rede a integrar o Museu da Seda, da Associação Portuguesa dos Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental. de Castelo Branco (APPACDM), que “já está pronto”, ao qual há a juntar o Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco (CCCCB), o Museu do Canteiro, em Alcains, O Museu Cargaleiro e o Museu Francisco Tavares Proença Júnior, bem como o Museu da Corga e o Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco.
No que respeita a Museu da Corga, Museus dos Têxteis de Cebolais de Cima, o autarca revelou que “está a ser desenvolvido um esforço enorme para pôr as antigas máquinas a funcionar, pelo que já temos pessoas a tratar disso”. Tudo com o objetivo que este espaço, “além de ser um museu, possam ser um local onde as pessoas possam ir reviver os tempos que se viveram naquela indústria”.
Facto considerado relevante, porque “estes edifícios chamam-se museus, mas precisam de vida”, concluindo que a inauguração de sábado foi “um desses exemplos”.
A recordação
de Tavares Proença
Na inauguração da mostra, a presidente do conselho diretor da Sociedade dos Amigos do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, Adelaide Salvado, afirmou que esta “é uma exposição que revela uma faceta pouco conhecida de Francisco Tavares Proença Júnior”, ao qual se referiu como “um fotógrafo pioneiro, com muita garra”.
Por seu lado, Raquel Vilaça referiu que na base da exposição estão cerca de 200 fotografias da autoria de Francisco Tavares Proença Júnior, das quais foram selecionadas 33, numa alusão aos anos que viveu.
Raquel Vilaça destacou que “não é uma exposição de arqueologia, pois com fotografias descobrimos outras facetas de Francisco Tavares Proença Júnior, que nos deixou um legado riquíssimo, tanto na fotografia, como na arqueologia”.
Já Carlos Matos começou por falar um pouco na história da fotografia, para sublinhar que Francisco Tavares Proença Júnior foi um pioneiro.
Carlos Matos avançou que para a realização das fotos patentes na mostra o autor utilizou duas máquinas diferentes. Primeiro uma de fole e depois uma máquina estereoscópica, destacando a grande qualidade técnica e a sensibilidade que Francisco Tavares Proença Júnior colocou no que fotografou.