António Tavares
Editorial
O Carnaval está à porta, com a tradicional alegria que o caracteriza, sendo também inseparável de algumas partidas e, claro está, da muita ironia utilizada para criticar o que vai mal, ou menos bem, no Mundo, seja em que área for, da política à sociedade, passando pelo ambiente e mesmo pela cultura, entre outros.
Como defende o velho provérbio, É Carnaval, ninguém leva a mal.
Por isso, já que É Carnaval, ninguém leva a mal, certamente que a esmagadora maioria dos utilizadores da A23, não levará a mal que o Governo acabe com as portagens.
Pelo mesmo motivo, também é líquido que, garantidamente, ninguém levará a mal que o IC31, que pretende assegurar a ligação entre a A23 e Espanha, por autoestrada, seja construído, deixando de ser, desse modo, um sonho velho de anos.
E, porque como É Carnaval, ninguém leva a mal, pelo menos uma vez os responsáveis políticos do País não serão criticados por meterem água, se literalmente o fizerem, com a construção da Barragem do Alvito.
É Carnaval, ninguém leva a mal, ou não deveria levar, mas há situações em que a gravidade é tal, que é de todo impossível não se levar a mal. Por exemplo, já chega da mais que gasta rábula com contornos carnavalescos, daqueles que afirmam que o Interior enfrenta diversos problemas que é preciso resolver. Posições que nada têm de prático, como está à vista de todos aqueles que olham para o Interior, sem uns gigantescos óculos cor de rosa ou cor de laranja, como alguns insistem em usar no Carnaval e não só.