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Edição nº 1629 - 11 de março de 2020

José Dias Pires
SABER OU ESPECULAR? AS BELAS RATOEIRAS DAS NOTÍCIAS.

Nestes tempos em que se tornou habitual que alguns (infelizmente muitos) autores das notícias se deixem cair na tentação da especulação e se esqueçam de procurar a informação sabedora, dei comigo a congeminar uma “quase fábula”. Aqui fica:
Fartos de ser considerados como os primeiros a abandonar os barcos, os ratos jornalistas (que se auto designam como rato-rnalistas) reuniram-se em conselho.
— Que vamos fazer de nossas vidas, nós, que somos capazes de tantos idiomas? — disse o mais velho daqueles animais.
Todos os outros ficaram, logo ali, motivados para encontrar, embora com recursos parcos, meios de responder à proposta do mais velho.
E, por entre todas as ironias incontidas, sentindo-se capazes de promover retomas, procuraram, de todas as práticas, os sinais. E foi assim que organizados em equipas mistas, machos e fêmeas, sabendo-se no país dos gatos, procuraram registar queixas, elogios e experiências que pudessem, talvez, significar mudanças.
Muniram-se de papel e máquinas capazes de escrever os feitos heróicos dos ratos palradores (ratoradores). Procuraram, nas mínimas evidências, as máximas pistas — algumas recheadas de conceitos caricatos, por misturarem amadorismos com ciências.
Fugindo aos gatos, andaram seis meses nestas andanças (o mais que puderam à noite, para não se deixarem ver, porque é à noite que se revelam os bons avaliadores).
Dos barcos ninguém sabe se sentiram saudades, e fica evidente, o que para os gatos sempre foi duvidoso: que nesta rataria não há um ratornalista que saiba bem nadar.
Mas hoje há boias para ratos de qualquer idade, que alegram qualquer membro desta equipa, mais vaidoso.
Foi por isso que o gatarrão, disfarçado de ratorador, os convidou para jantar.
O Conselho do Ratos aceitou, de pronto, tão amável oferta que lhe foi feita “porque conviver é sempre uma beleza”, como lhes disse o velho bastonário dos ratornalistas.
Que tonto! Com a barriguinha cheia seriam todos, do gatarrão, a sobremesa!
Na verdade, cada vez mais há ratornalistas que não se julgam (mas são) animais inocentes e, facilmente, transpiram confiança.
Tanto é assim que, após opíparo e condimentado repasto, decidiram preparar a digestão num local onde ficassem a recato de quaisquer piores intenções do mascarado felino: juntaram-se numa toca de matizes e sons diferenciados, para acalmar, entre ruídos e danças, o que ficou nas panças.
De facto, tal estratagema, muito gasto, não enganou o avisado gatarrão que, mesmo parecendo um pouco mais pacato, con-geminou como orientar-lhes o destino: deixou-os conviver entre os licores e risadas habituais nesses momentos, para que se sentissem, talvez, na sua casa e pudessem libertar todos os medos, julgando que a noite é boa companheira e também tempo de intervalo, para os gatos.
E falaram de tudo, os ratornalistas: dos amores e dos trabalhos que ganham às chuvas e aos ventos, porque nas novas tocas não há segredos que vençam a tentação da brincadeira se estiverem temperados os palatos.
Coitados dos distraídos animais que, nas notícias sem fundamento, procuraram resolver o que os trabalhos informados (que dão muito trabalho) não lhes permitem.
Uma vez mais, o gatarrão fingia não olhar, pensando na melhor forma de fazer que em si, os da rataria, acreditassem.
Deixou-os iludir-se com outras situações que mal existem nos confins do buraquinho, porque as ilusões não cabem no oco das cabeças — o grande buraco.
E assim, parecendo concordar com todas as opiniões, um a um os conduziu, bem de mansinho, para dentro dos confins de um enorme saco.
Quem em tranquilo assento se confia, tarde ou cedo há-de deixar-se levar por felinas artes de demónio, caminhando, em distraída alegria para a ratoeira, sem reparar, que ela se chama O Felino Património.
Ficam, assim, todos os ratornalistas avisados: as boas ofertas, mesmo que não pareçam interesseiras, fazem, de todos os incautos confiados, fáceis presas nas mais belas ratoeiras!
É isto o que acontece a quem se deixa cair na tentação da especulação e se esquece de procurar a informação sabedora que devia ser a base das notícias.

11/03/2020
 

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