“Não é possível um país desenvolvido se o mérito não for premiado”
O candidato presidencial Henrique Neto considerou que não é possível ter um país moderno e desenvolvido se o mérito não for premiado e lamentou que se chegue ao ponto de o inverter.
“Há um problema nacional que é o mérito. Não é possível ter um país moderno e desenvolvido se não premiarmos o mérito, se for tudo igual, se as pessoas que trabalham mais e melhor, que inovam, não tiverem um reconhecimento público”, afirmou.
Henrique Neto falava, sexta-feira, na conferência Uma Visão para Portugal, uma iniciativa do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB).
O candidato presidencial deu como “exemplo politicamente incorreto”, a recente condecoração do ex-ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, pelo Presidente da República.
“O Presidente, recentemente condecorou Teixeira dos Santos que foi a pessoa que levou o País ao endividamento. E, das duas uma: ou o endividamento é bom e nesse caso justifica-se premiar Teixeira dos Santos com uma condecoração, ou o endividamento é o que nos está a causar problemas e, nesse caso, não se percebe que se premeie a pessoa que o criou”, disse.
Henrique Neto foi mais longe e adiantou que o Primeiro Ministro para não ficar atrás do Presidente da República, premiou Dias Loureiro numa sessão pública, que deu como exemplo aos empresários portugueses.
Em suma, o candidato presidencial sustentou que um Presidente da República tem que atuar pela pedagogia do exemplo.
Henrique Neto defendeu ainda que Portugal, por uma questão de cultura, “abafa as instituições”.
“Os países modernos e desenvolvidos são aqueles que têm instituições da sociedade fortes e independentes. Em Portugal isso não existe. O Estado está sob as instituições não as deixando mexer”, apontou.
E, mesmo em relação às privadas, Henrique Neto considera que “são tudo menos independentes” do Estado.
“Recebem dinheiro do Estado e da União Europeia e é o dinheiro que causa dependência. Isto não pode ser. As instituições não podem viver amarradas para tomar decisões”, sustentou.
Henrique Neto defendeu ainda que o País precisa de uma visão e de uma estratégia e adiantou que o mais grave problema nacional e que mais afeta a vida dos portugueses é a inexistência de uma visão, nomeadamente depois do 25 de Abril”, concluiu.