Controlo anti-doping
Ao longo destes últimos tempos, são muitos os casos de doping que vão assombrando o desporto mundial e afastando adeptos e patrocinadores. Para evitar estes casos, as entidades responsáveis vão aumentando o controlo a equipas e atletas de modo a evitar o uso de substâncias que possam aumentar o seu rendimento. Consideram-se igualmente substâncias dopantes, aquelas substâncias que tentem impedir ou dificultar a deteção das substâncias que aumentem o rendimento do atleta.
O atletismo não é exceção. E como funciona o controlo anti-doping no atletismo? Nas competições onde existe este controlo é nomeado um delegado de doping. Antes de cada prova, o delegado de doping sorteia qual o lugar da classificação que vai ser sujeito a recolha de líquido orgânico (urina). Ninguém é informado do lugar que foi sorteado. O delegado do doping pede ao árbitro da prova que vai ser sujeita a controlo que o informe quando a prova estiver a terminar. Após ser informado que a prova está a terminar, o delegado de doping dirige-se para o lugar da competição acompanhado de um elemento. Quando a prova termina, pede ao árbitro da prova que o informe qual o(a) atleta que ficou na x posição, sendo x a posição sorteada. Após isto, dirige-se ao atleta que ficou na x posição e notifica-o. O atleta tem de assinar a notificação e nessa notificação coloca-se a hora a que a mesma foi feita. A partir dessa hora, o atleta tem 1 hora para se apresentar nas instalações do controlo anti-doping acompanhado de um documento de identificação. A partir do momento que o atleta é notificado, o elemento que acompanhava o delegado de doping vai acompanhar o atleta para todo o lado que ele vá. Chama-se a este elemento “escolta”. Mesmo que o(a) atleta vá tomar banho, o “escolta” tem de o(a) acompanhar, tendo que estar sempre em contato visual com o(a) atleta. O “escolta” tem de ser do mesmo sexo do atleta.
Se a hora estiver a terminar e o atleta ainda não as tiver “apto” para se fazer a recolha de urina, deve-se apresentar na mesma no controlo anti doping. Aí estará um médico presente que irá confirmar a sua identidade, recolher mais alguns dados e dar autorização ao atleta que regresse ao controlo assim que esteja “apto” para a recolha. No entanto terá sempre a companhia do “escolta”. Muitos atletas podem demorar 2 e 3 horas até que se faça a recolha do líquido orgânico.
As instalações que uma organização deve ter para o controlo anti-doping têm de cumprir determinados requisitos. Entre eles ter instalações sanitárias adequadas para a função em causa e ter alguns lavatórios com água corrente. Estes lavatórios têm um papel importante visto que os atletas utilizam-nos muito, colocando-os a correr de modo a que possam estar “aptos” à recolha de urina. Esta recolha é efetuada na presença do médico e de um acompanhante do atleta. Só a partir do momento em que o atleta esteja acompanhado do médico é que a presença do “escolta” é dispensada. Durante todo o tempo que o “escolta” esteja a acompanhar o(a) atleta e veja alguma coisa anormal, deve comunicar ao médico.
Sempre que for batido um record do mundo ou europeu, ou um record nacional de juniores, seniores ou sub-23, e não seja possível recolher amostras de urina na competição, o atleta deve dirigir-se, nas 24 horas seguintes, a um local designado pela entidade organizadora.