SOCIAISDEMOCRATAS FAZEM BALANÇO DOS DOIS ANOS E MEIO DE MANDATO
Concelhia do PSD acusa executivo de “autismo” e “défice democrático”
A Concelhia do Partido Social Democrata (PSD) de Castelo Branco acusou o executivo socialista de “défice democrático”, falta de diálogo e “autismo”, sublinhando que este culminou na última sessão de Câmara privada, com a deliberação que deu poder ao presidente da Câmara para adjudicar empreitadas e serviços até 748 mil euros.
“Temos tido um executivo que funciona em monólogo, falam entre eles, não nos ouvem. O culminar deste autismo, foi a aprovação na última sessão de Câmara (privada) de uma medida que está efetivamente na lei, mas que é uma deliberação que deu poderes ao presidente da Câmara, para adjudicar empreitadas e serviços até ao valor ligeiramente superior a 748 mil euros”, afirmou o social-democrata Paulo Moradias.
As declarações foram proferidas segunda-feira, durante uma conferência de Imprensa convocada pela Concelhia do PSD de Castelo Branco, onde foi feito um balanço dos dois anos e meio do atual mandato autárquico.
Paulo Moradias sublinhou que a partir de agora, “todas as adjudicações de empreitadas, de obras e serviços, deixam de contar com a discussão e respetiva votação do executivo. Portanto, isto é continuar a ter o mesmo tipo de postura, de monólogo e não dar qualquer tipo de crédito nem possibilidade de diálogo com a oposição”.
O vereador social-democrata adiantou ainda que todas as propostas que têm apresentado até agora, “tem tido ouvidos surdos” e acusou o executivo socialista de ser “autista” e demonstrar ter “um enorme défice democrático”.
O presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, recorda que na sessão em que foi deliberado dar poderes ao presidente para adjudicar empreitadas e serviços até ao valor de 748 mil euros, os vereadores da oposição foram informados que teriam conhecimento dessas adjudicações.
“Esta transferência é normal em todas as câmaras municipais e tem como objetivo agilizar os processos concursais”, explicou.
O autarca sublinhou ainda que os vereadores da oposição, foram informados que as adjudicações no âmbito destas competências “serão levadas ao conhecimento de todo o executivo”.
“Mantém-se a obra pela obra”
Durante a conferência de Imprensa, o social-democrata João Paulo Benquerença acusou ainda a Câmara de Castelo Branco de se ter comprometido com o eleitorado a inverter a tipologia do investimento, dando início a um processo de investimento “fortalecido” no imaterial.
“Basta olhar para os sucessivos orçamentos para entender que o resultado desta suposta alteração no investimento que todos sabemos ser essencial e fundamental é nula. Zero”, sustentou.
Segundo o vereador e presidente da Concelhia social-democrata, mantém-se a “obra pela obra como grande sorvedor de recursos públicos”.
“Faltam estratégias consolidadas com os agentes econó-micos, com as associações da Região e com as nossas instituições de forma a tornar Castelo Branco uma cidade onde valha a pena viver”, disse.
Este responsável sustenta que até agora, “este Partido Socialista tem feito a gestão corrente da Câmara e isso é muito pouco. Necessitamos de ir muito mais longe”, concluiu.
Paulo Moradias aproveitou ainda para reforçar as palavras de João Paulo Benquerença e disse que no balanço do que foi feito ao longo destes dois anos e meio, “é que de atividades económicas tivemos zero”.
“Não há do executivo qualquer medida. Continuamos apenas a ter medidas nas áreas de infraestruturas e obras”, sustentou.
O vereador do PSD sublinhou que a Câmara de Castelo Branco “não consegue compreender o potencial que seria ter uma região fiscalmente atrativa para empresários e pessoas”.
Neste campo, referiu que a única medida que existe por parte do executivo do PS é o IMI familiar, “depois de ter chumbado por duas vezes as propostas apresentadas pelo PSD e CDS/PP”.
Paulo Moradias acrescentou ainda que Castelo Branco tem neste momento a taxa mais baixa de IMI, mas adiantou que também tem a taxa mais alta de IRS.
“A taxa de cinco por cento fica na totalidade, nos bolsos da autarquia”, disse.
Carlos Castela