Celeste Capelo
Tudo tem o seu tempo
Dei hoje este título à crónica do mês de Janeiro de 2017.
E porquê este título? Porque esta é a minha última crónica, periódica, que escrevo para a Gazeta do Interior.
Foram 14 anos em que me dediquei a escrever o que pensava sobre os mais diversos assuntos, locais, nacionais e internacionais, ou simplesmente contando histórias.
Sei que esta é a hora certa de me retirar, até porque creio que aquilo que escrevo começará a ter, por parte dos leitores, algum desinteresse. Acho normal.
O contexto de vivência é outro, aquilo que era preceito, quer em atitudes quer em linguagem, deixou de ter relevância.
Não sei escrever que com K, e até tenho alguma dificuldade em seguir o novo acordo ortográfico, se bem que o computador resolve o problema, mas, às vezes, até acho estranho, quando faço a última leitura antes de enviar.
Mas nestes 14 anos senti que a escrita me fez ver o mundo de maneira diferente, pois preocupei-me em pesquisar e recolher informação para que o escrito fosse verdadeiro e, embora com influências pessoais, não tenha sido redutor.
Se o consegui ou não, isso dirão os leitores, mas creiam que foi sempre um princípio que pretendi manter.
Senti ainda que a escrita me enriqueceu nos conhecimentos, na disciplina, no método e na organização.
Pelo feedback que ia tendo por parte de alguns leitores assíduos, senti o seu carinho, a sua preocupação ao comentarem comigo este ou aquele parágrafo da crónica deste ou daquele mês, ora concordando ora discordando.
Hoje, ainda tempo de Natal e festa da Epifania, meditei na decisão dos Reis Magos depois de adorarem o Menino e, tal como eles, cheguei à conclusão de que o caminho que fiz já não pode ser o mesmo, é outro.
Quero agradecer à administração da Gazeta do Interior a confiança que em mim depositou, e especialmente aos seus assinantes e leitores, a paciência que tiveram em ler o que escrevi ao longo destes 14 anos.
Como estamos no início do ano, a todos quero desejar um 2017 com AMOR, SAÚDE, ESPERANÇA E PAZ.