Joaquim Martins
Apontamentos da Semana...
Dia Internacional da Mulher – O Mundo vai assinalar mais um Dia Internacional da Mulher. E se é verdade que o mercado se apoderou do Dia, também é verdade que é um bom pretexto para pensar a situação da mulher na sociedade atual. É que persistem desigualdades inegáveis e discriminações difíceis de entender e aceitar.
O peso da história e da tradição continuam a impedir que a mulher ocupe o lugar a que tem direito nas estruturas de poder da sociedade e na direção das instituições que marcam o rumo e o ritmo da vida económica, política e social dos países.
Aparentemente não haveria já razões objetivas para que isso aconteça. As mulheres são maioritárias, em termos demográficos e são largamente maioritárias em setores essenciais da vida dos países como sejam a Educação, a Saúde e o 3º setor. Por que não na política? No associativismo? No mundo empresarial? No mundo do trabalho e no sindicalismo? Por que razão o sistema de quotas nas listas eleitorais não deu ainda resultados significativos?
Sabemos como é difícil alterar mentalidades. Como o peso dos papéis, supostamente específicos de um ou outro género, condicionam comportamentos. Como as questões de género são encaradas e discutidas. Como alguns feminismos desvirtuaram as lutas das mulheres. Como certas lutas, ditas de emancipação da mulher, tiveram efeitos perversos, na aceitação e credibilização de determinados movimentos.
Sabendo tudo isso, urge ter a coragem de ir mais longe. A sociedade precisa que a mulher liberte o homem, e assuma a sua responsabilidade social e política. Pode começar-se pela escola. Estimulando a participação. Mostrando as vantagens das comissões paritárias. De as administrações terem em conta a realidade escolar. Continuando na vida política. Listas paritárias. Já. Para obrigar a mudar o sistema representativo. Para que as mulheres transformem os partidos e criem harmonia.