António Tavares
Editorial
O drama dos 12 jovens jogadores de futebol e do seu treinador que ficaram encurralados na Gruta de Tham Luang, em Chiang Rai, no Norte da Tailândia, no passado dia 23 de junho, chegou ao fim ontem, terça-feira, 10 de Junho.
Depois de estarem nove dias sem se saber o seu paradeiro, sendo que nesse período de tempo estiveram numa caverna da gruta sem comida, nem água potável, o grupo foi resgatado numa operação que ao longo dos últimos três dias trouxe todos os elementos de volta.
Apesar desta ser uma situação ser bastante longe de Portugal, este é um caso que é exemplar e poderá ser visto como uma lição para todos os seres humanos.
Desde logo, pela força e coragem dos jovens jogadores, entre os 11 e ao 17 anos, que ao longo destes dias resistiram a uma forte provação, que lhes colocava a vida em risco eminente, mas sempre tiveram um sorriso nos lábios, o que, certamente, lhes aumentou a capacidade de resiliência.
Exemplar foi também o papel desempenhado pelo treinador, um jovem de apenas 25 anos, antigo monge budista, que aproveitou os seus conhecimentos, para levar os jovens a meditar, mantendo-os unidos e fortes.
Factos estes a que não será, sem dúvida, alheia a cultura oriental, menos dada ao desalento e ao derrotismo, investindo sim na esperança e na luta até ao último instante, sem desânimo.
Igualmente exemplar foi a cooperação internacional e a capacidade de organização entre todos os que estiveram envolvidos no resgate.
Tudo isto situações que deveriam ser um padrão normal, pois desse modo este seria um Mundo melhor mas, infelizmente, o ser humano é perfeitamente imperfeito.