António Tavares
Editorial
O mês de setembro está a aproximar-se, bem como o tradicional regresso às aulas para milhares de crianças e jovens. Tem assim início um novo ano letivo que, invariavelmente, tem influência nas rotinas familiares. Mas, ao nível familiar, tem repercussões que, obviamente, vão além das rotinas, pois o início de um novo ano escolar implica, sempre, despesas.
Em matéria de investimento monetário, as despesas que surgem logo à cabeça, são, sem dúvida, as respeitantes a material escolar, mas, a estas somam-se outras. Uma questão que se levanta, nomeadamente, quando se fala de jovens que frequentam o Ensino Superior. Neste caso, as despesas disparam, uma vez que só o valor a pagar em propinas é, invariavelmente, elevado. Contudo, os gastos podem ainda registar um crescimento muito mais elevado, caso o jovem ingresse num estabelecimento de Ensino Superior fora da localidade onde reside. Aí, sempre a somar, há que contar com as deslocações, o alojamento e a alimentação.
Contas feitas, são centenas de euros mensais que, infelizmente, muitas famílias não têm a capacidade de suportar, colocando em causa a formação dos jovens. Tudo isto, porque Portugal, quer se queira, quer não, continua, infelizmente, a ser um país de desigualdades, criando, sim é verdade, Portugueses de primeira e de segunda, com diferentes oportunidades de vida, independentemente das suas capacidades intelectuais.
A solução para este problema pode não ser simples, mas como em outras situações, há que encontrá-la, pois aspetos determinantes da vida de uma pessoa não devem e não podem estar dependentes de uma questão como o dinheiro.