António Tavares
Editorial
O Dia Internacional da Juventude é comemorado esta quarta-feira, 12 de agosto. Este poderá ser mais um dos numerosos dias que é assinalado, mas não reste a menor dúvida que para uma região como a beira Baixa se reveste de uma importância acrescida. Aliás, muitíssimo acrescida.
Não é novidade para ninguém que Portugal é um país envelhecido, em que há cada vez mais idosos e menos crianças e jovens. Um drama que no caso particular do Interior do País é ainda mais grave.
Não é nada difícil, muito pelo contrário, que qualquer pessoa que viaje por terras do Interior encontre localidades onde não se vê uma única criança ou jovem, sendo frequente que o habitante menos idoso tenha, no mínimo, acima de 60 anos.
Um problema que tem repercussões no presente, mas que terá muito mais no futuro e brevemente. Muitas dessas localidades estão no caminho para a desertificação total, para o abandono, o que é lamentável.
Assim, este Interior será cada vez mais Interior e corre o sério risco de ser um território, para quem vem do Litoral descobrir ao fim de semana.
Com isto, perde, desde logo, o Interior, por razões, óbvias, mas também perde todo o País, que à custa desta desertificação é cada vez mais desequilibrado. Portugal é cada vez mais Um país à beira mar plantado, em que as pessoas estão plantados nesse litoral.
Por tudo isto, Portugal, no seu todo, e o Interior, em particular, precisam de crianças, de jovens, que assegurem a substituição de gerações. É precisa uma verdadeira política de incentivo e apoio à natalidade, da parte do Governo, porque, a verdade seja dita e elogiada, as autarquias já fazem o que está ao seu alcance.