BALANÇO DE UM ANO DE MANDATO
SEMPRE arrasa governação socialista no Concelho
O SEMPRE – Movimento Independente fez um balanço do primeiro ano de mandato do Partido Socialista (PS) no Concelho de Castelo Branco. Um balanço em que arrasa a governação socialista, com o líder do movimento, que falou também em nome dos vereadores do SEMPRE na Câmara de castelo Branco, Luís Correia, a realçar que, “infelizmente, a avaliação é negativa. Infelizmente o que temos tido é uma necessidade de passa culpas, pois não é uma estratégia de desenvolvimento para o Concelho. É sempre um passar de culpas para o passado. Prometeram tudo e mais alguma coisa e não fazem mais nada que culpar o passado e fazer o passa culpas”.
Luís Correia afirma, por exemplo, que “o Orçamento de 2022 era de uma forma. Depois era mais não sei quanto e depois foi dito que havia um erro de nove milhões de euros”. Refere-se também “à necessidade de suspender o concurso de admissão de pessoas para a Câmara e só passado um ano é que veem que é preciso dar seguimento”, não deixando de sublinhar que, “antes, pensou-se na reestruturação da Câmara, sem pensar nos recursos humanos”, para concluir que “a reestruturação ainda hoje não está a funcionar. Não percebemos como é que as coisas podem andar desta forma””.
Pelo meio Luís Correia não esqueceu “o imbróglio do apoio às associações, só porque não queriam continuar o que começamos”.
Para Luís Correia não restam dúvidas que “os Albicastrenses já perceberam que há muita coisa que não está a funcionar na Câmara”, destacando que “nunca vimos tantas revogações de despachos como nesta Câmara”. Tudo isto para apontar o dedo ao denunciar que “a estratégia que estava a ser seguida estava a dar frutos, mas a estratégia seguida foi uma caça às bruxas e retirar pessoas que tinham conhecimento do que estava a ser feito. A caça às bruxas foi o mais importante”.
Luís Correia sublinha igualmente que “percebe-se que Castelo Branco perdeu dinâmica económica, cultural, social, de comunidade”, exemplificando que “saiu legislação dos centros tecnológicos e de investigação, mas o Centro de Apoio Tecnológico Agroalimentar (CATAA) não foi certificado. Na criação de empregos, o que se manteve foram 170 postos de trabalho dos 400 que existiam na Dielmar. No que respeita à nova incubadora de empresas, na antiga Guarda Fiscal, só passado um ano é aprovado o concurso. A Fábrica da Criatividade é uma pasmaceira, pois a preocupação foi o responsável não continuar, sendo que o papel de desenvolvimento da Fábrica da Criatividade não importa”.
Focado na área da cultura acusa que “a principal medida foi acabar com a Agenda Cultural” e avança ao afirmar que, noutra vertente, “houve uma perda de dinâmica empreendedora”, adiantando que o exemplo disso é que “recebemos o prémio europeu de empreendedorismo”, para questionar “o que foi feito este ano” nessa área.
Quanto à destilaria de Santo André das Tojeiras, vista como um elemento de “coesão territorial, ainda hoje, passado um ano, não se perspetiva que venha a funcionar”, sem deixar de frisar que “vimos com muita tristeza outra aposta que nos diferenciava, que era a aposta nas freguesias. Perdeu-se”.
Luís Correia denuncia igualmente “a falta de noção do ponto de partida, da estratégia que vinha de trás, desaproveitando tudo o investimento feito ao longo dos anos”.
E vai mais longe ao denunciar “a perda de peso político de Castelo Branco a nível nacional”, devido ao que considera que “se consubstanciou as costas viradas para o Interior. O Itinerário Complementar 31 (IC31), prometido há muitos anos, o que nasce é uma estradinha, não é uma infraestrutura que venha alavancar o desenvolvimento e a reação que temos é que aceitamos o que nos é dado”.
Entre outros exemplos Luís Correia acusa que aquilo a que se assiste “é uma subserviência ao PS nacional, ao Governo e mesmo uma secundarização em relação à Covilhã”.
Luís Correia afirma que pelo lado do SEMPRE “apresentamos propostas, como o apoio às freguesias no pós -COVID, que foi chumbado pelo PS e PSD. Depois, na Assembleia Municipal vieram com uma proposta idêntica para dizer que era do PS”. E continua recordando “a moção de um Multibanco em cada uma das freguesias, as moção de apoio às famílias com idosos ou dos cuidadores informais. Todas chumbadas, porque Sempre que há uma proposta do SEMPRE é para votar contra”.
Afinando pelo mesmo diapasão, Luís Andrade, que falou em nome dos presidentes de junta eleitos pelo SEMPRE, afirmou que “os eleitores escolheram quem queriam que gerisse as freguesias e o Concelho. Há que respeitar. Nós também fomos eleitos pelos eleitores”.
Luís Andrade destaca que, “no passado, os presidentes de junta tinham confiança no presidente da Câmara, numa rápida resolução dos seus problemas”, para garantir que “não se deu conta que isso venha a acontecer”, e acrescenta que “as freguesias faziam parte do Concelho. Agora não se nota nada”, referindo ainda que “o relacionamento institucional entre as freguesias e a Câmara é uma coisa estranha. Há uma coisa diferente e para pior”.
Destaca também que “as juntas apresentam ideias, projetos, orçamentos, mas a resposta do presidente é que não sabia, não conheço, vou pensar. Há um vazio de ideias, de desconhecimento do território e as pessoas fazem-nos chegar que a Câmara não resolve os problemas”.
Por seu lado, António Fernandes, em nome dos eleitos do SEMPRE na Assembleia Municipal, aborda a vertente “do que se faz, o que não se faz e o que foi feito da pior forma”, para assegurar que “isto está a ter consequências para os Albicastrenses”, garantindo que “se está a sentir o Concelho sem aquela pujança que tinha”.
António Fernandes abordou várias questões ao longo da sua intervenção, como é o caso da água, referindo que em relação à “Barragem do Alvito, à Barragem do Barbaído, ao Regadio ao Sul da Gardunha, afirmaram que iam discutir o tema olhos nos olhos, que haveria uma Assembleia Municipal extraordinária, mas o que temos é nada”.
Outra área que considera importante é da habitação, para questionar “quantas casas foram recuperadas? Quantas casas para alugar a preços controlados?”.
António Fernandes também não perdeu a oportunidade de falar na reestruturação do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) e de toda a polémica gerada, destacando entre outros pontos, que em relação às queixas que foram apresentadas “a resposta tem sido: arquive-se”.
António Tavares