Edição nº 1765 - 2 de novembro de 2022

NA CATEGORIA ARTESANATO E ARTES POPULARES
Bordado está na base de candidatura à Rede de Cidades Criativas da UNESCO

A Câmara de Castelo Branco apresentou, dia 25 de outubro, no Museu Francisco Tavares Proença Júnior, a candidatura à Rede de Cidades Criativas da UNESCO, na categoria de Artesanato e Artes Populares, sendo que o dossier da candidatura deverá ser apresentado em junho do próximo ano.
Na sessão o presidente da Câmara de Castelo Branco Leopoldo Rodrigues, afirmou que “o dia de hoje é importante, mas reflete já um trabalho de alguns meses, um trabalho de acuidade e grande qualidade”. No entanto, ressalvou, “só terminamos este processo quando entregarmos o dossier de candidatura à UNESCO, foi um compromisso que assumimos e é um compromisso que vamos cumprir, não temos certezas de que esta candidatura venha a ter o fim que desejamos, isso depende de uma avaliação de peritos internacionais da UNESCO, mas aquilo de que temos a certeza é que estamos a fazer um caminho, um caminho de afirmação do Bordado de Castelo Branco, da criatividade ligada ao Bordado e da sua promoção, independentemente do resultado final, há um percurso e um trabalho que será, sem dúvida, reconhecido, em termos do que representa para a valorização do Bordado de Castelo Branco”.
O autarca avançou ainda que “falamos muitas vezes do Bordado e da sua importância enquanto património cultural, mas aqui também é a sua importância enquanto ativo económico do Concelho e da região e é também nesse sentido que esta candidatura é importante. Mas em primeiro lugar, a valorização do património, as colchas e o Bordado de Castelo Branco têm séculos, tem sido um saber-fazer passado de geração em geração, melhorado, aperfeiçoado e hoje é sem dúvida alguma um elemento identitário da nossa cidade e da nossa região. Sabemos da importância do Bordado, das suas potencialidades, mas também sabemos da sua importância económica para o nosso concelho, em primeiro lugar porque cria postos de trabalho através das bordadeiras que pelo Concelho vão fazendo o Bordado e o vão colocando no mercado, são estas potencialidades que queremos melhorar, maximizar, dar-lhe dimensão, não só no respeito pela tradição, mas ao dar-lhe novas perspetivas, novas abordagens.
O presidente da Câmara avançou também que a Comissão de Honra da Candidatura, ainda em formação, será presidida pelo ex-Presidente da República, Ramalho Eanes, que já aceitou o convite, contando ainda com a adesão de nomes como o Joaquim Morão, Ana Abrunhosa, Manuel Cargaleiro, António Sampaio da Nóvoa, entre outras personalidades que apoiam a ambição Albicastrense de entrar na Rede de Cidade Criativas da UNESCO. De acordo com Hélder Henriques, vice-presidente da Câmara, “queremos posicionar o nosso Bordado de Castelo Branco, de raízes ancestrais, com motivos figurativos notáveis, uma simbologia própria e com a utilização de materiais singulares, num contexto global, sem perder as suas caraterísticas identitárias. A marca e produto Bordado de Castelo Branco é, provavelmente, a nossa maior bandeira e um dos nossos maiores ativos territoriais. E entendemos que pode ser, se todos quisermos, uma das principais âncoras do nosso desenvolvimento. O Bordado de Castelo Branco é passado, é presente, mas também pode ser futuro”, acrescentando que «esta é uma candidatura que emerge de uma relação triangular entre a cultura, a criatividade e o desenvolvimento económico”.
Hélder Henriques afirmou ainda que os que se pretende “é construir um território munido de um ecossistema criativo, uma economia centrada na diversidade, na pluralidade, na tecnologia, na sustentabilidade, em modelos pedagógicos capazes de fomentarem a educação integral do ser humano, em estratégias integradas de inclusão social, de regeneração urbana, enfim, de desenvolvimento sustentado deste território e daqueles que o habitam. Pretende-se tornar Castelo Branco uma cidade do conhecimento, através de uma ecologia de saberes que promovam a criatividade e as indústrias criativas e culturais. Para tal, todos somos poucos para atingir na plenitude este desígnio. Por isso, todos devemos ser parte da solução para levar a cabo esta candidatura e todas as ações diretamente ligadas à mesma, mas principalmente para, a longo prazo, tornar Castelo Branco, num território que se encontre numa rede global, sem perder as especificidades locais, que permitam o nosso desenvolvimento”.
Na sessão foi também anunciado que em abril de 2023 Castelo Branco receberá um encontro internacional sobre a temática dos bordados no Mundo.

02/11/2022
 

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