Edição nº 1882 - 12 de fevereiro de 2025

PLANO MUNICIPAL DE AÇÃO CLIMÁTICA DE CASTELO BRANCO APRESENTADO
Concelho prepara respostas às alterações climáticas

O Plano Municipal de Ação Climática de Castelo Branco foi apresentado dia 5 de fevereiro, com o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, a realçar que “as metas são claras”, apesar de considerar que “os desafios são enormes”, pelo que assegura que “a vontade também é muita, a vontade de fazer face às alterações climáticas”. Afinando pelo mesmo diapasão, a vereadora Patrícia Coelho acrescentou que esta “é uma nova etapa no compromisso ambiental do Município” e referiu que “o desafio das alterações climáticas é global, mas a resposta tem que ser local”, com “uma resposta que tem que ser forte e determinada”, na qual “todos têm um papel importante”, porque “é um compromisso de todos, para todos”. Tudo, para concluir que “Castelo Branco está pronto para este desafio”.
A apresentação do Plano, mais concretamente do relatório de síntese, coube ao coordenador geral da equipa técnica de consultores do Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano (CEDRU), Sérgio Barroso.
De acordo com o que foi avançado, o Plano foi feito para “atualizar a Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas de Castelo Branco, de 2016, aumentando a capacidade de preparação para lidar com alterações climáticas”, bem como para “concretizar as diretrizes da Lei do Clima, que prevê que todos os municípios dispunham de um plano municipal de ação climática”.
Isto, com o objetivo de “aumentar a resiliência contra eventos climáticos extremos, como secas, a precipitação intensa ou as ondas de calor”, assim como “reduzir as emissões dos gases com efeito de estufa, responsáveis pelas alterações climáticas através de medidas para os setores da energia, edifícios, transportes, resíduos e bacia alimentar local”.
O Plano Municipal de Ação Climática de Castelo Branco, no sentido de aumentar a resiliência climática, identificou 16 objetivos estratégicos e 25 medidas que abordam a proteção das pessoas e dos recursos naturais, a transformação dos edifícios, dos espaços urbanos e dos espaços agroflorestais e das infraestruturas, para lidarem com a redução da precipitação e com eventos extremos de calor, precipitação e seca, com maior amplitude e regularidade”.
Já no que se refere à meta de alcançar a neutralidade carbónica até 2040, o Plano estabeleceu 11 objetivos e 17 medidas em cinco domínios principais que são a eficiência energética, a mobilidade sustentável, o uso do solo, as energias renováveis e o consumo responsável.
No retrato do Concelho de Castelo Branco até ao final do século, é avançado que “a temperatura média global em Castelo Branco deverá aumentar entre 1,8 e 4,1º centígrados; o número de dias extremamente quentes irá aumentar, podendo variar entre 40 a 71 dias por ano, e mais noites tropicais, com temperaturas superiores a 20º, que podem aumentar de 18 para entre 77 a 102 noites ao ano, com temperaturas superiores a 35º; a precipitação deverá diminuir, mas, quando ocorrer será mais concentrada em custos períodos e daí deverá resultar num aumento de dias sem chuva, que pode chegar a mais de 100 dias por ao, e num aumento de cheias e inundações”, sendo adiantado que “estas mudanças do clima, com menos chuva e temperaturas mais altas, causarão um balanço hídrico anual cada vez mais negativo, ou seja, menos disponibilidade de água ao longo do ano”.
De igual modo o Plano prevê que “as tendências climáticas identificadas no âmbito dos cenários projetados permitem antecipar um agravamento importante de vários perigos climáticos”, sendo que “destacam-se os desafios relacionados com o aumento das temperaturas, que tenderão a refletir-se numa maior recorrência e intensidade de ondas de calor, assim como no agravamento das condições associadas à ocorrência de incêndios rurais”. Além disso, é ainda assinalado, “em resultado da tendência de redução da precipitação, o aumento da intensidade e duração das situações de seca, com potenciais impactos para as atividades económicas e humanas”.
O Plano também identifica os desafios para que Castelo Branco atinja a neutralidade carbónica em 2040”, enumerando que “os transportes são responsáveis por parte significativa, 62 por cento, das emissões de gases com efeito de estufa, seguindo-se o consumo doméstico de energia, com 12,1 por cento; os incêndios rurais prejudicam duplamente os esforços de mitigação, reduzem a capacidade de sequestro de carbono e da sua ocorrência resulta a emissão de poluentes, em 2017 foram emitidas 154 quilotoneladas de gases com efeito de estufa nos incêndios ocorridos em Castelo Branco, o aumento dos eventos de calor extremo irá fazer aumentar as necessidades de energia para arrefecimento, gerando mais emissões caso não se melhore a eficiência energética dos edifícios e a utilização de energia a partir de fontes renováveis”.
Assim, é para combater tudo isto que o Plano Municipal de Ação Climática de Castelo Branco apresenta um conjunto de medidas a implementar, no sentido da adaptação climática e da neutralidade carbónica.
António Tavares

12/02/2025
 

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