A ZERO, em parceria com a organização espanhola Composta en Red, organiza, esta quinta e sexta-feira, 29 e 30 de maio, no Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco, o 1.º Encontro Ibérico de Compostagem Descentralizada, no âmbito das comemorações da Semana Internacional de Sensibilização para a Compostagem.
A Zero refere que “com a entrada em vigor da obrigatoriedade da recolha seletiva dos biorresíduos, a compostagem comunitária e doméstica tem vindo a ganhar maior relevância, como método complementar de tratamento. A elaboração dos planos municipais para o cumprimento do Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos - PERSU 2030 (PAPERSU) tem levado à colocação de metas de tratamento na origem para os Sistemas de Gestão de Resíduos Urbanos (SGRU) e municípios, embora sejam muito ambiciosas e difíceis de alcançar, seguindo os atuais modelos de gestão dos resíduos urbanos. Em 2023, em Portugal a separação dos biorresíduos está muito aquém do desejável, sendo que apenas o equivalente a dois por cento do total dos resíduos urbanos é recolhido seletivamente”.
Acrescenta que “se, por um lado, há cada vez mais operadores privados a dar apoio às atividades de compostagem, a capacidade dos municípios em termos de recursos humanos e materiais é ainda insuficiente, pelo que a aposta no tratamento na origem é ainda diminuta, e sempre complementar a outro método de gestão e tratamento da fração orgânica”.
Perante isto afirma que “de uma forma global, para poder alcançar uma estabilidade nas atividades de compostagem e garantir um bom desempenho do sistema, será necessário implementar sistemas de recolha de alta eficiência, com modelos porta-a-porta ou controlo de acesso aos contentores de proximidade (biorresíduos e indiferenciado), promovendo a separação e o correto encaminhamento da fração orgânica para reciclagem (compostagem industrial ou descentralizada). Adicionalmente, será necessário implementar tarifários PAYT (pay-as-you-throw) para promover os hábitos de separação na origem, e atualizar os regulamentos municipais por forma a preverem o enquadramento legal da utilização dos compostores, como direitos e deveres dos cidadãos, incluindo o modelo tarifário atualizado e a possibilidade de coimas por má utilização”.

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