Lopes Marcelo
Balanço para Memória Futura
Na nossa vida colectiva, de decepção em decepção, onde iremos parar?
1ª. As crianças e os jovens deficientes que tinham oportunidade de actividades pedagógicas de terapia adequada na sua escola, deixaram de ter. Ao mesmo tempo o discurso oficial diz defender a inclusão! Um dos exemplos: Associação de Pais de jovens de Viseu.
2ª. Jovens estudantes, meses e meses sem receberem o apoio contratualizado no ensino oficial, enquato aumenta o dinheiro do Orçamento Geral do Estado para o ensino particular. Um dos exemplos: as centenas de alunos da Academia Artística do Porto.
3ª. Serviços que se reduzem e concentram, comprometendo a relação de proximidade, de confiança e de eficácia para com os utentes, com o discurso oficial dizer que é por racionalidade e eficácia estatística. Alguns exemplos: 1-fecho de estações dos CTT; 2-encerramento de repartições de finanças; 3-fecho de serviços de saúde...Onde?Tantos lugares ao pé de si!
4ª. Salários e reformas cortados sucessivamente na Função Pública com o discurso oficial a dizer que é temporário, mas a escrever definitivo, pois define condições prévias para a respectiva reposição (saldo orçamental positivo de 3% ao longo de vários anos sucessivos) que nunca se verificaram.Tais decisores só contam com a sua inteligência! Parece que na Alemanha está quase a verificar-se, mas nem aí se atingiu!
5ª. Há pouco dinheiro na Segurança Social e foram reduzidos apoios nos abonos de família, aos nascimentos e à terceira idade. Mas, nestes Serviços e no Ministério das Finanças estão a funcionar restaurantes onde se servem diariamente refeições, muito, muito abaixo do preço de custo, frequentados por quem tem de rendimento mensal um milhar de euros e até mais. Onde? Pelo menos nas capitais de Distrito.
6ª. As Escolas Superiores de Educação reconhecidas pelo Ministério formam Professores reconhecidos com o adequado diploma( Licenciados - com licença para ensinar), e vem o mesmo Ministério chamar a todos de incompetentes, só porque esses mesmos licenciados só puderam ensinar como contratados, um, dois, três, quatro, cinco anos menos um dia! Têm que fazer um exame. (Com valor pedagógico e cientifico?).
7ª. Não há dinheiro! Trinta milhões de Euros para tornar legal o despedimento de centenas de trabalhadores em Viana do Castelo, recebendo-se apenas sete milhões de contrapartida, arranjam-se! Mas, muito, muito menos, para apoiar a abertura de serviços de apoio continuados para pessoas que precisam, não há! Um dos exemplos: Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco.
Não tenho mais espaço! A lista tem que ficar por aqui! Oxalá que os doces de Natal nos ajudem a suavizar tais decepções, quais murros no estomago. Suavizar, mas não esquecer! O melhor Natal possível para todos.