Programa recomeçar
Aceleradora tecnológica de Idanha é a primeira na Península Ibérica
A “I-danha Food Lab Accelerator”, uma aceleradora para a economia verde foi lançada em Idanha-a-Nova e é a primeira do género no espaço ibérico, sendo que o objetivo para os próximos 10 anos, passa por colocar mais de mil hectares de terreno em produção.
A primeira aceleradora no âmbito da economia verde no espaço ibérico foi apresentada durante a abertura do ‘Global Entrepreneurship Week’ (GEW2016), uma iniciativa promovida pelo ‘Building Global Innovators’ (BGI) e EIT (European Institute of Innovation & Technology), que decorreu em Idanha-a-Nova.
“A ‘I-danha Food Lab Accelerator’ tem como objetivo para os próximos 10 anos captar 50 empresas, criar mil postos de trabalho e colocar mais de mil hecatres de terreno em produção”, afirmou Filipe Roquette da ‘Bloom Connsulting’.
Este responsável, que falava durante a apresentação do ‘Food Lab’, disse ainda que em termos nacionais, o objetivo passa pela expansão de 20 projetos e replicá-los em outros territórios do país, fixar famílias no interior e recolocar a agricultura na vanguarda da tecnologia.
Esta aceleradora de empresas foi desenvolvida em parceria com a Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, ‘Building Global Innovators’ (BGI) e EIT (European Institute of Innovation & Technology).
Surge no âmbito do programa Recomeçar, um projeto lançado pela autarquia local, que quer posicionar Idanha-a-Nova como um município onde é possível conciliar o bem-estar e a proximidade da natureza com o empreendedorismo, a inovação e o profissionalismo.
Um dos pilares do Recomeçar, o Idanha Green Valley, está ligado ao conhecimento e inovação na ruralidade.
Filipe Roquette adiantou que atualmente, no âmbito do Recomeçar, “há 466 famílias interessadas em conhecer Idanha-a-Nova e possivelmente mudar a residência para o concelho e existem também 227 propostas de negócio para serem implementadas no concelho”.
“O ‘Food Lab’ vai apoiar as melhores ideias e práticas ao nível da inovação no sistema alimentar e vai acelerar as melhores ideias”, sustentou.
O secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Amândio Torres, disse que esta inicativa pode ser um “contribuinte líquido” para mitigar o efeito da exportação de massa cinzenta que ocorrreu nos últimos anos.
“Nessa perspetiva, estaremos a focar o esforço na concentração de massa crítica no sentido de identificar as vantagens comparativas e gerar capacidade para um melhor aproveitamento das potencialidades presentes”, sublinhou.
O governante sustentou ainda que é preciso assumir que processo desta natureza de caraterísticas estruturais, requer prazos alargados de ação e, nesse sentido, “teremos de pensar no horizonte temporal de pelo menos 10 anos”.
“Admitindo, como todos desejamos, haver franco sucesso neste processo, estaremos em condições de quebrar a malfadada exportação de valor dos nossos territórios rurais, reter mais-valias e criar emprego”, frisou. Já o presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto, recordou as assimetrias regionais que existem e a sensibilidade que o Governo tem ma- nifestado em desenvolver o país. “O que é verdade é que as assimetrias são gritantes. Mas, mais do que olhar para isto como uma desgraça, temos que olhar como uma oportunidade”, disse. O autarca sublinhou que a economia verde está cada vez mais nos discursos e adiantou que os temas debatidos durante a iniciativa pretendem colocar a inovação e a tecnologia ao serviço da tradição: “Tudo isso é possível de acontecer”.