FESTIVAL LITERÁRIO DE CASTELO BRANCO
Fronteira leva escritores à Biblioteca Municipal
O Fronteira – Festival Literário de Castelo Branco tem início amanhã, quinta-feira, e prolonga-se até sábado, com um programa que conta com diversas atividades na Biblioteca Municipal de Castelo Branco.
Aquela que é a quarta edição do Fronteira começa amanhã, quinta-feira, às 21h30, com os discursos inaugurais, seguindo-se, às 21h45, uma homenagem a João Roíz, pelo Váatão – Teatro de Castelo Branco, que leva à cena o espetáculo Partindo-se estão as partidas do amor que, vindo, vão..., que é uma dramatização de cinco textos poéticos baseados em Cantiga Sua Partindo-se, de João Roiz de Castelo Branco, com textos de António Salvado, António Vieira, Luís de Camões, Manuel Alegre e Maria Teresa Horta.
A partir das 22h10 decorre A noite dos poetas Albicastrenses», que tem como convidados António Salvado, João Sousa Teixeira, Luís Diogo e Manuel Costa Alves, cabendo a moderação do encontro a José Dias Pires.
Sexta-feira, durante a manhã e tarde realizam-se visitas a escolas da cidade, sob o tema Vemos, ouvimos e lemos – As mil e uma maneiras de cruzar a fronteira das histórias. Uma atividade em que escritores e ilustradores, como Carlos Alberto Moniz, José Dias Pires, Luís Afonso, Luís Diogo, Madalena Moniz, Manuel Costa Alves, Sebastião Peixoto, visitam as escolas, para partilhar a sua experiência e para responder às questões dos mais novos.
Às 18 horas, já Biblioteca Municipal, realiza-se a Sessão especial com Manuel Alegre. Trata-se de uma viagem pelos momentos mais marcantes da vida e obra de Manuel Alegre, com biografia e bibliografia de mãos dadas.
Sábado, às 15 horas, tem início a atividade Será o prosador um poeta sem capacidade de síntese? Um encontro, que tem como convidados Alice Vieira e Jacinto Lucas Pires e em que se questiona o que é que define o trabalho de um prosador, bem como se este será alguém que necessita de mais páginas, mais palavras, mais adjetivos, para formar um corpo literário.
A partir das 16 horas realiza-se uma mesa de debate, tendo por base os livros Gramática do Medo, de Maria Manuel Viana e Patrícia Reis, e Desnorte, de Inês Pedrosa, que conta com a presença das autoras.
Às 17 horas a questão apresentada é: Será o poeta um prosador com tiques de preguiça? Com os convidados José Eduardo Agualusa e Matilde Campilho e com a moderação de Nuno Costa Santos, as perguntas a abordar serão: será que o texto poético, curto e conciso, não passa de uma desculpa para quem não tem tempo, ou paciência, para se dedicar a escrever um romance com muitas páginas? Há mais mérito na concisão ou no desenvolvimento de personagens e ambientes. E quem disse que mais páginas era sinal de maior profundidade das personagens e ambientes?
Às 18 horas Inês Pedrosa e Nuno Júdice abordam o tema Condenados ao esquecimento, recordando nomes como José Cardoso Pires, Fernando Namora, Maria Gabriela Llansol, Vergílio Ferreira e Sophia de Mello Breyner, entre outros.
A sessão de encerramento do Fronteira está marcada para as 21h30, mas, depois disso, a partir das 21h45, é apresentada Missa Mal Dita, um espetáculo de poesia, de Renato Filipe Cardoso, que parte de alguns clássicos da poesia satírica até aos poetas contemporâneos, abrangendo nomes como Bocage, Daniel Maia Pinto Rodrigues, Mário-Henrique Leiria e Adília Lopes, entre outros.
Segue-se, às 22h15, a Sessão especial com Luís Represas.
De referir, que antes disto, sexta-feira e sábado é dinamizada a atividade Uma escrita a mil mãos. Um projeto de leituras, a partir da Cantiga Sua Partindo-se, de João Roiz, desenvolvido nas escolas do Ensino Básico de Castelo Branco, com a finalidade de criar um painel coletivo, em cada escola, de 2x1,5 metros, com textos (frases, pensamentos ou pequenos poemas) ou imagens (desenhos ou colagens) motivadas pelos grandes temas do poema: a partida, a saudade e o amor nos olhos de quem ama e é amado. Os painéis estão expostos na Biblioteca Municipal de Castelo Branco sexta-feira e sábado.
António Tavares