A PARTIR DE SETEMBRO
Bordado de Castelo Branco cobre altares da Catedral de Manchester
A partir de setembro o Bordado de Castelo Branco estará de forma permanente na Catedral de Manchester, no Reino Unido. Os quatro altares da Catedral serão cobertos por peças feitas com o Bordado de Castelo Branco pela arquiteta e artista plástica Cristina Rodrigues.
Na apresentação do projeto, o autarca Albicastrense, Luís Correia, salientou a importância deste projeto na promoção do Bordado de Castelo Branco, ao afirmar que “trata-se de uma obra de arte que vai estar exposta em Manchester, um trabalho que levará para a cidade inglesa mais do que o nome de Castelo Branco, leva também um património e um trabalho feito por pessoas de Castelo Branco”.
Luís Correia sublinhou que com esta obra o Bordado passa a estar também ligado à arte, “esta é uma nova utilização para o Bordado de Castelo Branco, já tínhamos feito a ligação com a moda, com este projeto passa também a existir a ligação com a cultura, mostran- do assim a versatilidade do nosso bordado”, afirma o autarca para quem “a obra, que será vista por milhares de pessoas de todo o Mundo, mostra o Bordado de Castelo Branco, mas também tudo o que ele significa para os Albicastrenses”.
O projeto foi apresentado no salão nobre dos Paços do Concelho, com a presença da artista portuguesa Cristina Rodrigues e também do reitor da Catedral, Rogers Govender.
Cristina Rodrigues considera este projeto “o maior desafio da minha vida”. A artista explicou que o desafio que lhe foi lançado pela direção da Catedral de Manchester, foi a criação de uma obra de cariz permanente para a Catedral, um espaço visitado por milhares de pessoas de todo o Mundo.
Cristina Rodrigues explicou que depois de ter sido desafiada, decidiu estudar um pouco a história das relações entre Portugal e Inglaterra, foi então que descobriu um postal que mostra a Rainha Isabel II na sua visita a Portugal, há 60 anos, receber como prenda uma colcha de Bordado de Castelo Branco, esse foi o momento em que decidiu que a obra teria que ser no Bordado de Castelo Branco, que Cristina Rodrigues considera “a técnica mais extraordinária que se tem mantido neste país, o bordado a seda natural sobre o linho”.
Desde então produziu 158 desenhos, de grandes dimensões e os quatro desenhos finais tiveram que ser aprovados pelo Conselho Diretivo Local da Catedral de Manchester e, posteriormente, pelo Conselho Diretivo Nacional, uma vez que a Catedral é património nacional.
As peças estão feitas pelas bordadeiras da Oficina do Bordado de Castelo Branco. São peças com desenhos e cores contemporâneos “peças com cores fortes, como o vermelho, rosa ou amarelo, com desenhos contemporâneos, respeitando sim a técnica, a forma de fazer”.
As temáticas escolhidas são para o altar central a Árvore da Vida, “tratada de forma contemporânea, representando as quatro estações”.
Na Lady Chapel ficará uma peça representativa do Rosário, “uma peça com rosas, a flor dedicada a Nossa Senhora, apresentada em cores fortes, como o vermelho, amarelo e rosa”.
Na Jesus Chapel ficará O pão da vida, uma peça onde estarão as espigas e o pão, com as cores próprias da colheita.
A peça mais “extraordinária” vai para o altar do Dean, que é o equivalente ao bispo da Diocese, tratando-se de uma intitulada Reino dos Céus, onde estão representadas as asas de um anjo e a grande árvore da vida, com Cristina Rodrigues a realçar que “esta é uma peça extraordinária, também pelo seu tamanho, foi mesmo necessário fazer um bastidor especial para se poder bordar”.
O Dean da Catedral de Manchester, Rogers Govender, explicou que a inauguração vai decorrer em setembro, mas ainda não há uma data definida, pois aguarda-se confirmação da família Real, uma vez que “teremos um membro da família real presente na inauguração, mas também ainda não sabemos quem será”.
Rogers Govender recordou a amizade de muitos anos entre Portugal e Inglaterra e adiantou que a artista Portuguesa Cristina Rodrigues, “não é uma estranha em Manchester”, onde expôs em 2014 e elogiou o “grande talento” do povo de Castelo Branco.
Apesar de se tratar de uma obra de cariz permanente, a direção da Catedral de Manchester, pretende organizar exposições itinerantes com este projeto, de forma a mostrá-lo em várias localidades do Reino Unido e mesmo fora dele.