20 de fevereiro de 2019

Álvaro Domingues e a paisagem no Museu do Fundão

Todo o mundo é feito de mudança: a paisagem é o tema da conferência que o geógrafo Álvaro Domingues profere no próximo sábado, 23 de fevereiro, a partir das 17 horas, no Museu Arqueológico José Monteiro do Fundão. A iniciativa está enquadrada no projeto Entre Serras, Rota da Arte Contemporânea, Agricultura e Biodiversidade (PES), coordenado por Carlos Casteleira. Será também apresentado o Observatório - Laboratório da paisagem: Fotografia e e história da paisagem, constituído a partir duma base de dados (Beyra / imagens, sons e textos) relacionada com as propostas sensíveis dos artistas convidados pelo PES a trabalhar na área geográfica do projeto Entre Serras.
A visualização desta base de dados e o mapeamento das produções resultantes das relações subjetivas que os artistas desenvolvem com a paisagem e o território, o vivo, a agricultura e a biodiversidade serão considerados a partir das múltiplas possibilidades oferecidas pela arte e o mundo digital em suas relações com o espaço real, instalações e dispositivos.
Na apresentação do tema, Álvaro Domingues, que “por muito reproduzida em imagens e palavras, a paisagem foi tomando vários adjetivos e sentidos até se transformar numa verdadeira cacofonia. Basta perguntar de que é que se fala quando se fala de paisagem e virá uma enxurrada, um aluvião capaz de soterrar qualquer ideia firme que se julgue possuir sobre o assunto. É isso que a paisagem é: um assunto, um conjunto de factos e ficções, jogos de sentidos acerca dos quais se podem argumentar os mais diversos dramas e comédias dos humanos e da sua vida em sociedade. De uma linhagem francesa -pays, paysans, paysages- ficou uma memória antiga acerca da relação entre grupos sociais, modos de vida e lugares. A agricultura, porque ocupa terra a perder de vista, os agricultores porque são os organizadores dessa atividade (os jardineiros da paisagem), as condições biofísicas naturais porque limitavam as possibilidades do que se podia ou não cultivar em tempos de tecnologia simples…, eram a base de uma geografia que muito se aplicou a relacionar paisagens e identidades regionais e locais. Já não é assim. Ou porque a atividade agrícola já não é a máquina de fazer paisagens, ou porque as próprias máquinas produzem outras maneiras de fazer, ou porque afinal se perderam velhas estabilidades e fisionomias que se julgavam para sempre, a paisagem entrou em erupção. A nova idade do mundo, o an-tropoceno, anda a assombrar as paisagens, a construir medos e cataclismos sobre a casa co-mum dos humanos. Salvemos a paisagem! O quê?”

20/02/2019
 

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