8 de maio de 2019

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

ESTA SEMANA FOI CLARAMENTE MARCADA PELA MAIS GRAVE CRISE POLÍTICA da atual legislatura, com a ameaça de demissão anunciada pelo primeiro ministro António Costa pondo assim  fim à geringonça, mesmo que Costa tenha tido a habilidade no argumentário de defender de alguma maneira os seus parceiros de coligação, que desde sempre defenderam a contagem integral do tempo de serviço docente, sendo por isso mesmo uma atitude coerente da parte dos partidos à esquerda do PS, ao contrário do que aconteceria com os partidos à sua direita que agora parece terem tomado as dores dos professores de uma forma algo demagógica a pensar nos votos que por ali vivem e sem pensar tanto nas questões presentes e futuras das contas públicas que até não há muito tempo pareciam ser um dos focos das suas preocupações. Basta lembrar o que foi dito por estes mesmos partidos sobre os custos dos novos passes sociais e o inevitável suporte por todos os portugueses através dos seus impostos. Mas esta  votação na comissão de educação  caiu que nem ginjas no PS e no governo que tem a oportunidade de se apresentar perante a opinião pública e o eleitorado como o paladino das contas públicas equilibradas e o PSD e o CDS deram um verdadeiro tiro nos pés, mesmo que tenhamos ouvido Assunção Cristas a garantir que a aprovação de toda a contagem de tempo de serviço docente não iria custar um cêntimo às contas do estado. Então, pergunta-se, se é assim para que raio servirá aos professores a iniciativa legislativa? De qualquer modo tudo isto deu para já uma quase unanimidade dos comentadores, quer se goste ou não opinion makers e muitas figuras relevantes da sua área política a manifestarem forte crítica à desajustada, para muitos irresponsável, iniciativa. E como já se antevia, no próprio dia da votação, Arménio Santos da CGTP e sindicatos dos enfermeiros, do ensino superior e magistrados, todos das chamadas carreiras especiais, a reclamarem para eles também a medida aprovada agora apenas para os professores do ensino básico e secundário. Quando concluo este texto, há como já seria de esperar grandes evoluções na crise que durou todo um fim de semana. O PSD e o CDS percecionaram a situação complicada em que se tinham metido e lá arranjaram uma justificação para o recuo. Agora Rui Rio e Assunção Cristas já só aceitam votar favoravelmente o diploma se for votado o travão financeiro e outras condicionantes tais que o esvazia por completo. Mas parte da asneira já está feita e agora este tema vai ser o foco durante ainda muitos dias da campanha eleitoral. António Costa agradece e estamos para ver quais serão as consequências eleitorais. Em jeito de ponto final, lembro que estamos a 20 dias  das eleições para o Parlamento Europeu e de Europa, o seu presente e especialmente o seu futuro, pouco se tem falado.

08/05/2019
 

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