12 de junho de 2019

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

JÁ NOS HABITUOU a que sobre toda a matéria, seja ela qual for, tenha uma opinião. Muitas vezes com um grande sentido de estado, em discurso que não deixa ninguém indiferente, outras vezes a parecer ter saudades do tempo de comentador de televisão. E foram nestas duas vertentes as últimas intervenções públicas do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Foi na Fundação Luso-Americana que vestiu a pele de comentador e fez futurologia sobre os próximos tempos da direita em Portugal a quem não augurou nada de bom, prevendo até piores resultados nas legislativas do que nas europeias . Nesta situação, considerando-se ele representante daquela área política afirmou que a sua possível recandidatura poderá ser essencial para o equilíbrio de poderes. Claro que as palavras do Presidente trouxeram desconforto aos lideres da direita, Rui Rio e Assunção Cristas e várias figuras importantes dos dois partidos vieram a público lamentar o sucedido. Num registo mais de estado e consensual foi o discurso de Marcelo no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, aqui ao lado, em Portalegre. Um discurso a puxar pelo orgulho de ser português, nos nossos 900 anos de história, em múltiplas áreas capazes de sermos os melhores entre os melhores, ainda que sem deixar de salientar os nossos erros e fragilidades.

DO BRASIL DE BOLSONARO & COMPANHIA já nada nos surpreende. Sem surpresa, vai-se descobrindo a teia tecida pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro, enquanto Juiz responsável pela operação Lava Jato que levou Lula da Silva à prisão. E aquilo que se soube agora, com elevado grau de probalidade de ser verdadeiro, é a de que o juiz Moro, quebrando todas as regras de imparcialidade que lhe era exigido, em mensagens e conversas privadas deu instruções aos responsáveis pela investigação sobre linhas de investigação e orientações que levassem à acusação de Lula, mesmo que eles tivessem sérias dúvidas sobre a qualidade das provas. Toda esta informação chegou à plataforma The Intercept que a divulga com a promessa de que publicará mais informações que provam o comportamento ilegal e grave de Moro, se se provar que ele não se comportou com a imparcialidade que é devida a um juiz. E a reação dos visados confirmam a veracidade da informação, queixando-se de que as mensagens estão descontextualizadas e de que a plataforma que as divulgou é ideologicamente tendenciosa e que tão só pretende atacar a operação de combate à corrupção. Julgamos que este é apenas o princípio do destapar de uma trama que tinha por objetivo tirar da corrida o candidato com mais possibilidades de ganhar para colocar na presidência uma personagem, incapaz e sem preparação para o cargo, que acaba por ser um simples fantoche e joguete nas mãos de quem ambiciona mesmo tomar o poder.

12/06/2019
 

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