26 de junho de 2019

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

NUMA ALTURA EM QUE MUNDO VIVE um momento de profunda incerteza, devido a comportamentos erráticos de alguns lideres mundiais, claramente não preparados e imaturos para as altas funções que exercem, seria importante que a Europa tivesse uma liderança forte, com carisma suficiente para ser aceite pelos vinte e oito países da Comunidade Europeia, para enfrentar os problemas que alguma política populista, a administração de Trump que vê a Europa não como um aliado natural mas pelo mesmo prisma com que avalia a China, os desejos hegemónicos de Putin ou a quase certa saída desordenada do Reino Unido da Comunidade, para enfrentar com firmeza, repito, estas situações problemáticas capazes de trazer alguma turbulência e incerteza ao espaço europeu. Com as últimas eleições europeias a ditarem uma maior divisão dos votos e nenhum dos grandes blocos ideológicos, o centro direita por um lado e os sociais democratas e socialistas por outro, a conseguirem o número suficiente de lugares que lhes garantisse a eleição do seu candidato para a presidência da Comunidade, para o lugar até agora ocupado pelo luxemburguês Junker. Os chefes de governo não se entenderam até agora na escolha de um nome que tenha o apoio da maioria e reflita a diversidade da UE e parece estar fora de hipótese a recriação da nossa gerigonça, com o processo de escolha a entrar num impasse. Impasse que terá de ser ultrapassado até dia 30 de junho, com os mesmos ou outros candidatos. E chegados a este ponto eis-me a pensar o que seria inimaginável há poucos anos, como seria bom que a alemã Angela Merkel aceitasse o desafio que já lhe foi proposto pelos colegas mas que ela tem recusado até agora e que era o de ser ela a liderar a Europa. Porque Merkel é, hoje por hoje, um dos poucos políticos europeus com carisma e capacidade de comandar o barco europeu no mar encapelado em que o mundo se tornou, como demonstrou ao evidenciar uma grande coragem política na forma como enfrentou, mesmo com evidentes riscos políticos, eleitorais, o problema dos refugiados.

AQUILO QUE ACONTECEU AGORA COM AS TAXAS MODERADORAS nos serviços dos Centros de Saúde, é um exemplo daquilo que nunca deveria ou poderia acontecer. Uma medida que é aprovada pelos partidos na Assembleia da República, sem que ela esteja fundamentada em estudo de impacto orçamental, revela alguma ligeireza na tomada de decisões. Claro que é uma medida popular (não tanto como se pensará) e teoricamente aceitável, mas não nos parece inteiramente justa. Se já hoje há uma parte da população que está isenta, a justiça social aconselharia a que se alargasse o número de utentes do SNS abrangidos pela isenção. Não nos parece que essa mesma justiça social prevaleça nos casos em que os rendimentos são suficientes para que o pagamento da taxa não implique sacrifício económico para a família. Porque a taxa moderadora é também uma forma de auto financiamento do SNS (até agora, de cerca de 150 milhões). Esta aprovação na generalidade do fim das taxas moderadoras, da iniciativa do BE e aprovada por todas as bancadas à exceção da do CDS, obrigou depois a um reposicionamento do PS que avança agora para uma proposta de faseamento da aplicação da medida. Este pretenso recuo do PS é mais um punhado de areia numa geringonça que já não funciona, a pensar mais nas eleições de outubro.

26/06/2019
 

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