António Tavares
Editorial
Os dados revelados pelo relatório Educação em Números – Portugal 2019, da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) revelam números verdadeiramente preocupantes.
Por um lado, como era fácil de prever, resultado da baixa taxa de natalidade, o número de alunos registou um decréscimo acentuado. Por outro lado, devido a razões obviamente diferentes, verifica-se que a idade dos professores subiu enormemente e aqueles que têm menos de 30 anos representam uma minoria.
A isto há ainda a somar uma acentuada diminuição dos estabelecimentos de ensino públicos, que eram 9.764 no ano letivo 2017/2008 e passaram para 5.836 no ano letivo 2017/2018. Em contraciclo, no mesmo período, as escolas privadas aumentaram de 2.583 para 2.633. O decréscimo foi também assinalável no que se refere aos auxiliares e administrativas das escolas, que passaram de 62.231 para 52.337, qualquer coisa menos 9.894.
No que respeita aos alunos, comparando o ano letivo de 2008/2009 com o de 2017/2018, passaram de 2.056.148 para 1.628.985. Ou seja, em 10 anos o País perdeu 427.163 alunos.
Face aos números revelados, tendo em atenção os alunos, muitas outras conclusões se podem inferir, com um elemento comum, que é sempre o da redução.
Quanto ao envelhecimento do corpo docente, os professores do 1º Ciclo do Ensino Básico com menos de 30 anos, entre 2000/2001 e 2017/2018, passaram de 5.759 para 310, e no 2º Ciclo de 4.665 para 320. Entre outros números é ainda de destacar que no mesmo período de tempo, o número de professores com 60 ou mais anos, passou de 3.633 para 12.931.
Resumidamente, números que devem dar que pensar a quem é responsável por uma área tão importante como é a Educação ou, pelo menos deveriam dar!