Edição nº 1631 - 25 de março de 2020

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

E HÁ JÁ MAIS DE UMA SEMANA QUE NÓS ESTAMOS RECOLHIDOS em casa, primeiro por isolamento voluntário e agora pelo que decorre da declaração de Estado de Emergência, tendo todos assumido que os próximos dias e semanas vão continuar a ser duros, muito duros no combate contra este inimigo insidioso. Na certeza de que não podemos baixar os braços se o queremos vencer e se não queremos ver em Portugal as imagens de Itália e também já de Espanha que a todos choca pela crueza. No momento em que escrevemos há algum, controlado, otimismo pela verificação de que o crescimento de casos de contaminação não se está a fazer de forma exponencial, ou seja com taxas na ordem dos quarenta por cento, o que faz com que a curva de crescimento de infetados seja uma curva achatada, situação que permite que com mais ou menos dificuldades o SNS continue a poder dar resposta aos casos mais graves. Para isso tem estado a contribuir a atitude responsável da grande maioria dos Portugueses e a ação dos líderes políticos. Do Governo onde a liderança segura de António Costa transmite confiança, reforçada pelo desempenho da responsável pela Direção-Geral da Saúde, Graça Freitas, e da ministra da Saúde, Marta Temido, que têm estado sujeitas a uma pressão que é fácil imaginar e que se reflete nos restantes membros do Governo como se pôde ver no estado de tocante exaustão manifestada por Mariana Vieira da Silva na última conferência de Imprensa de António Costa. E da oposição, com especial destaque do líder social-democrata Rui Rio que mostrou um exemplar sentido de estado que o faz recolher as legítimas armas da oposição ao Governo, que agora apoia nesta dura luta que é de todos. A principal preocupação deverá ser neste momento a saúde, a defesa da vida da população, mas o Governo também não pode e não tem descurado a economia. Obviamente que a partir de agora, pelos tempos mais próximos, ninguém vai querer ouvir falar de excedentes ou equilíbrios orçamentais. Num dos momentos mais dramáticos, nunca antes vivido pelas gerações atuais, com a economia parada, com as perspetivas de desemprego em grande escala e tudo aquilo que isso implica, o Governo vai ter que injetar muitos milhares de milhões para manter a economia à tona, com apoio às empresas e às famílias que há de um dia acordar deste pesadelo. Até lá, façam o favor de ficar em casa, redescubram atividades caseiras que já quase tinham esquecido, limpem o pó àqueles jogos de tabuleiro que já tantos bons serões nos deram, antes do tempo das redes sociais. Já que se delas se fala, não acreditem nem partilhem tudo o que por lá aparece como informação e curas milagrosas para a peste, muitas vezes propagandeadas por pseudomédicos e charlatães de má fé. E, apesar de tudo, diria que temos de construir a nossa maneira de ser felizes.

25/03/2020
 

Outros Artigos

Em Agenda

 
29/05 a 12/10
Castanheira Retrospetiva Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco

Gala Troféu Gazeta Atletismo 2023

Castelo Branco nos Açores

Video