Edição nº 1639 - 20 de maio de 2020

DESINFORMAÇÃO E SAÚDE: UMA PERSPETIVA BIOÉTICA
Professor da UBI ganha Prémio João Lobo Antunes

Francisco Goiana-da-Silva, que é docente da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (FCS-UBI), venceu a edição deste ano do Prémio João Lobo Antunes em Bioética. A distinção é promovida pelo Ministério da Saúde para destacar estudos e trabalhos de investigação, originais e inovadores, em temas de ética, nos domínios da Medicina, Saúde Pública, Saúde em geral, Biologia e Ciências da Vida.
O prémio foi atribuído pelo trabalho Desinformação e Saúde: uma perspetiva bioética, que Francisco Goiana-da-Silva assina juntamente com João Marecos, advogado e cocriador da página Os Truques da Imprensa Portuguesa, um projeto de referência na área da desinformação em Portugal, que tem mais de 200 mil seguidores. Os autores contaram ainda com a colaboração de Oliver Bartlett, professor universitário na área da Ética, na Universidade de Maynoth.
O estudo, desenvolvido antes da escalada global do coronavírus, chama a atenção para os efeitos nefastos da má informação sobre saúde, espalhada quer por media tradicionais, websites e publicações de variedades, quer pela nova vaga de influencers, e para os perigos decorrentes de uma nova forma de obter informação sobre saúde.
Francisco Goiana-da-Silva destaca que “os meses que se seguiram à apresentação do trabalho vieram comprovar a tese avançada, com relatos de informação falsa, relacionada com as origens, os efeitos e os tratamentos relacionados com este surto de coronavírus, a circular em massa e a comprometer não só iniciativas de saúde pública, mas também a saúde individual de cada leitor”.
Acrescenta que “este artigo pretende ser um ponto de partida para uma discussão e plano de ação mais alargados: é necessário agir, desde a recolha de evidência científica até à construção de políticas governamentais, esquemas de autorregulação da indústria e iniciativas da sociedade civil; muitas iniciativas podem e devem ser tomadas para desvendar os custos ocultos da desinformação, começando pelo impacto desigual deste fenómeno nas populações mais pobres, cujos níveis de alfabetização são consistentemente mais baixos, e acabando com a ameaça global à sociedade de informação em que vivemos”.
Com base neste trabalho, Francisco Goiana-da-Silva e João Marecos vão, nas próximas semanas, iniciar uma colaboração com a Organização Mundial de Saúde (OMS), com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento de ferramentas de combate à desinformação em saúde.

20/05/2020
 

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