OBRA DE ANTÓNIO SALVADO E JOSÉ MANUEL CASTANHEIRA
Jardim do Paço faz arte dar aos mãos entre poesia e pintura
Jardim do Paço é uma obra poética da autoria de António Salvado que teve a sua primeira edição em 1967. Agora, depois de várias edições, passados 54 anos, Jardim do Paço ganha uma dimensão maior, a partir do momento que une a poesia de António Salvado com a pintura de José Manuel Castanheira.
Isso mesmo é explicado na abertura da obra, ao ser referido que “os Albicastrenses António Salvado e José Manuel Castanheira juntaram-se para uma obra, que reúne poesia e pintura, em volta do icónico jardim da cidade de Castelo Branco”, sendo avançado que “a ideia partiu da fusão do livro de poesia de António Salvado, Jardim do Paço, 1ª edição, 1967, com 50 pinturas inéditas de José Manuel Castanheira, da coleção Jardim do Paço”.
Recorde-se que Jardim do Paço devia ter sido publicado no ano passado, mas a pandemia de COVID-19 levou a que tal não fosse possível, o mesmo acontecendo com outras duas obras, pois, tal como António Salvado já tinha afirmado à Gazeta do Interior, “o famigerado vírus corona não permitiu que nestes primeiros meses de 2020 viessem a público três livros meus de poesia: uma reedição, Jardim do Paço, com ilustrações do Albicastrense arquiteto, pintor e cenógrafo, José Manuel Castanheira; e dois originais: Poemas para Nósside, com ilustrações do pintor Espanhol Miguel Elias; e O Esperado Momento, com desenhos do mestre Manuel Cargaleiro”.
Destas três obras, Jardim do Paço acaba de se materializar, tratando-se de um livro profusamente ilustrado que, repita-se, tem a particularidade de unir as artes da poesia e da pintura. Tudo isto, sem deixar de realçar que na base da obra está um dos ex-libris de Castelo Branco. No centro das atenções está o Jardim Episcopal, também conhecido como Jardim das Estátuas ou Jardim do Paço, que desde maio de 2018, em conjunto com o passadiço sobre a Rua Bartolomeu da Costa, está classificado como Monumento Nacional, tal como já acontecia com o Paço Episcopal de Castelo Branco, onde está instalado o Museu Francisco Tavares Proença Júnior.
Mas, no que respeita a novas obras de António Salvado, as novidades não ficam por Jardim do Paço.
Recorde-se que no passado dia 8 de dezembro foi apresentada no Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco, a obra Do ano os meses, que reúne a poesia de António Salvado e a música de Custódio Castelo.
Para além disso foi também publicado Cadernico de poemas an Mirandés, com direção editorial de Pedro Salvado e tradução para a língia Mirandesa de Adelaide Monteiro.
A isto há ainda a acrescentar a publicação de Leituras XII – Santo António – o homem, o orador, o santo e, ainda, como “personagem” na poesia popular da Beira Baixa (breve evocação), no âmbito do jubileu dos 800 anos do franciscano António (1220-2020), e Leituras XIII – Carta aberta ao poeta João Roiz de Castelo Branco. Refira-se que Leituras XII e Leituras XIII continuam uma série, iniciada em 1994, constituída por pequenos volumes, reunindo textos de palestras, participações em encontros e congressos, apresentação de livros, edição comentada de obras raras, num horizonte temático que vai da Literatura à Arte, da Etnologia à História, do comentário crítico à exploração didática e, ainda, de algumas outras abordagens.
Os autores da obra
António Salvado licenciado em Letras (Filologia Românica) pela Universidade Clássica de Lisboa, professor jubilado do Ensino Superior Politécnico. Doutor Honoris Causa pela Universidade da Beira Interior (UBI). Ex-diretor de um museu do Estado. Poeta, ensaísta, antologista, tradutor, organizador de edições, diretor de publicações culturais. Poemas seus integram importantes antologias portuguesas e estrangeiras, encontrando-se traduzidas em várias línguas. A sua vasta obra (literária e cultural) tem merecido relevantes reconhecimentos nacionais e de além-fronteiras.
José Manuel Castanheira. Arquiteto, cenógrafo e pintor. Doutorado em Cenografia e Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, onde é professor desde 1982. Realizou a sua pri-meira cenografia em 1973. Desde então desenvolve intensa atividade no teatro, contando com mais de 300 cenografias realizadas em 15 países.
Coordenador para a Europa do projeto TELA . Teatros da América Latina (OISTAT – UNESCO).
Na cenografia de exposições concebeu dispositivos para exposições como Fábulas La Fontaine/Fundação Gulbenkian/1994, Pavilhão de Portugal/Expo98, Peregrinação – O Voo da Cegonha/Expo98, Anti galeria/ARCO, Madrid 2001, è proibido proibir/MUDFE, Lisboa/2009e Um homem chamado Romeu Correia, Museu Cidade Almada/2017.
Em 2002 fez a cenografia para o filme Vai e Vem, de João César Monteiro.
Na arquitetura teatral fez o projeto de reabilitação do Teatro Gregório Mascarenhas (Silves), foi consultor para a construção dos auditórios da Culturgest/CGD (Lisboa) e coordena, atualmente, o projeto de reabilitação do Cine Gardunha (Fundão).
É autor de vários livros.
António Tavares