Edição nº 1675 - 27 de janeiro de 2021

NO ANO MUNICIPAL DOS SABORES TRADICIONAIS
Câmara avança com Carta Gastronómica do Concelho

A Câmara de Proença-a-Nova vai realizar a Carta Gastronómica do Concelho, este ano, no âmbito do Ano Municipal dos Sabores Tradicionais. Para concretizar este projeto, qualquer pessoa pode contribuir disponibilizando as suas receitas tradicionais. Também as associações do Concelho foram desafiadas, durante o VI Encontro, a fazer essa recolha nas suas comunidades, através do preenchimento de um formulário específico no qual são solicitados dados como a história da receita, em que altura do ano era confecionada, a fonte e a aldeia da recolha, para além dos ingredientes e modo de confeção. Adicionalmente, caso a receita esteja manuscrita, a Câmara considera que “seria interessante haver o registo fotográfico da mesma”.
O vice-presidente da Câmara, João Manso, realça que “não se pode falar de Carta Gastronómica sem falar com as pessoas e sem a recolha das receitas mais tradicionais que fazem parte da nossa tradição” e acrescenta que “ainda que as receitas possam ser muito semelhantes, há especificidades de cada aldeia que queremos que fiquem espelhadas nesta Carta Gastronómica”, concluindo que “no final teremos um documento que abordará a parte histórica do nosso Concelho e das nossas gentes”.
Para alcançar esse objetivo a Câmara convidará vários especialistas que possam contribuir para o estudo das questões associadas a um documento desta natureza, nas vertentes da gastronomia, da história, da sociedade e do território, sendo que serão eles a fazer a seleção final do receituário mais representativo do Concelho.
O chef e nutricionista Rui Lopes, no seu testemunho sobre o Ano Municipal dos Sabores Tradicionais que foi partilhado durante o Encontro de Associações do Concelho de Proença-a-Nova, afirmou que “sempre utilizámos o território e o espaço que ele ocupa e os seus elementos como fontes naturais de alimento”, para adiantar que “a nossa região sempre se relacionou com uma gastronomia e uma alimentação muito frugal que se baseia e baseava desde sempre naquilo que a terra dava, no que as pessoas produziam e cultivavam e que faziam desse o seu modo de sustento alimentar. Nós continuamos a ver essa marca muito presente nas nossas aldeias e nas nossas vivências, desde logo com a matança do porco e todos os produtos que conhecemos que derivam do porco, mas também pela proximidade às ribeiras e à utilização do peixe do rio”.
Por seu lado, o chef e sócio nos restaurantes Tascá e Famado, João Branco, falou sobre a importância da gastronomia na fidelização de turistas, enquanto uma das componentes chave da oferta do Concelho, aliada à natureza e ao silêncio. Apelou a uma maior união entre os agentes da restauração e alertou que todos podem dinamizar a gastronomia Proencense, por exemplo quando recebem pessoas de outras zonas do País e podem incluir nas refeições alguns elementos tradicionais como o maranho. João Branco destacou ainda que “quanto mais qualidade tivermos todos juntos, mais probabilidade de sermos bons a nível gastronómico e mais frutos colheremos no futuro”.
Manuel Pinheiro, um entusiasta da gastronomia do Concelho, do restaurante de Matosinhos O Gaveto, falou precisamente da necessidade de haver cooperação entre os diversos agentes ligados à gastronomia e não só, incluindo as autarquias e as associações, ao defender que “a gastronomia tem um grande papel no País e tem que se afirmar localmente, pois é fonte de grande sustentabilidade para o turismo de Portugal”.

27/01/2021
 

Outros Artigos

Em Agenda

 
07/03 a 31/05
Memórias e Vivências do SentirMuseu Municipal de Penamacor
12/04 a 24/05
Florestas entre TraçosGaleria Castra Leuca Arte Contemporânea, Castelo Branco
14/04 a 31/05
Profissões de todos os temposJunta de Freguesia de Oleiros Amieira

Gala Troféu Gazeta Atletismo 2023

Castelo Branco nos Açores

Video