Edição nº 1702 - 4 de agosto de 2021

António Tavares
Editorial

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou os dados preliminares do Censos 2021. O resultado é o que já se esperava: em 10 anos, entre 2011 e 2021, Portugal perdeu população. Uma perda de população que é extremamente acentuada onde já todos o esperavam, no Interior do País.
É o flagelo da desertificação do qual se fala há muitos anos, todos dizem que vão combater, mas ninguém, ou muito poucos, fazem alguma coisa a não ser promessas, que, como o ditado confirma, leva-as o vento.
Promessas feitas e repetidas de um modo que já cansa pelo poder central e que desaparecem na espuma dos dias. Sim, na espuma dos dias e não nas do mar, porque para o Litoral as promessas são cumpridas. O território do Interior, esse é que é reiteradamente esquecido, apesar das promessas dos políticos que saem dos seus gabinetes em Lisboa e vêm até à província espalhar demagogia e, quando é preciso, à caça de votos.
Valha em tudo isto a resiliência que quem aqui vive, que não desiste e vai vivendo, ou melhor sobrevivendo.
Valham também as ações de alguns políticos locais que, honra lhes seja feita, ainda vão lutando contra ventos e marés, do Litoral, para fazer com que os seus concelhos não ficam completamente desertificados.
Mas há que ser otimista e pensar que com tanta gente no Litoral, um dia a terra cede e Portugal se separa de Espanha. Portugal será uma ilha e o Interior do Interior será Litoral e, então, os problemas poderão estar resolvidos. Ou será que nesse país/ilha continuará a haver preferência pelo Litoral mais velho, até que a ilha afunde?

04/08/2021
 

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