SOCIALISTAS PASSAM A PRESIDIR A OITO CÂMARAS NO DISTRITO
PS tira Câmara da Sertã ao PSD
As eleições Autárquicas do passado domingo, 26 de setembro, no Distrito de Castelo Branco, ficam marcadas pelo reforço do Partido Socialista (PS) na liderança de câmaras. A partir de agora os socialistas estão à frente de oito câmaras, enquanto o Partido Social Democrata (PSD) fica com três. Isto, enquanto até este ato eleitoral o PS tinha sete e o PSD quatro.
Esta alteração resulta dos socialistas terem conquistado a Câmara da Sertã que, até agora, estava nas mãos dos social democratas. Ou seja, se até agora a Câmara de Proença-a-Nova era uma lança do PS na Zona do Pinhal, os socialistas reforçam essa posição com a autarquia Sertaginense.
Assim, a Zona do Pinhal, que durante muitos anos esteve pintada de laranja, está agora a duas cores. Dos quatro concelhos que a integram, Oleiros e Vila de Rei mantêm-se nas mãos do PSD, enquanto Proença-a-Nova e a Sertã são lideradas pelos socialistas.
Também a ter em atenção nestas eleições Autárquicas é que o Distrito de Castelo Branco continua a perder eleitores. De 2017 para 2021 são menos 9.072, ao descer de 175.848 para 166.776.
No Concelho de Belmonte a vitória é novamente alcançada pelo PS, com António Dias Rocha que, assim, vai para o terceiro mandato como socialista, uma vez que, recorde-se, já tinha presidido à Câmara eleito pelo PSD.
Apesar da vitória, o PS desce a percentagem de votos de 56,69 para 41,59, o que faz com que passe de três para dois mandatos. Dos cinco mandatos outros dois vão para o PSD encabeçado por André Reis e outro para a CDU que tinha como candidato Carlos Afonso e, assim, conquista um lugar no executivo.
Em Castelo Branco, a capital de Distrito, o PS, com Leopoldo Rodrigues, continua a presidir à Câmara, mas com grandes alterações, em comparação com 2017. Os socialistas, devido às divisões ocorridas, descem de 58,75 por cento para 35,95, de onde passam de cinco para três mandatos, naquele que é o primeiro mandato de Leopoldo Rodrigues, que até aqui presidia à Junta de Freguesia de Castelo Branco.
Três são também os mandatos alcançados pelo SEMPRE – Movimento Independente, liderado por Luís Correia, que nas eleições de 2017 foi eleito pelo PS, mas que após a perda de mandato acabou por se desfiliar do Partido e apresentar às eleições como independente, conquistando 31,65 por cento dos votos.
Quem também perde manda tos é o PSD, que em 2017 tinha assegurado dois, com 23,28 por cento dos votos, quando este ano com a coligação PSD/CDS-PP/PPM desce para um, com o cabeça de lista, João Belém, a ser o único a integrar o executivo. Coligação que nesta eleições arrecadou 11,47 por cento dos votos, quando há quatro anos, apenas com o PSD teve 23,28 por cento dos votos.
O Chega, com Rui Paulo Sousa e 7,18 por cento dos votos; o MPT, com Rui Amaro Alves e 5,88 por cento dos votos; a CDU, com Felicidade Alves e 2,16 por cento dos votos; e o Bloco de Esquerda (BE), com Margarida Paredes e 1,63 por cento dos votos; não conseguem nenhum mandato.
Na Covilhã, o PS, continua à frente da Câmara, com Vítor Pereira, que vai para o terceiro mandato, sendo que em comparação com as eleições anteriores manteve praticamente a mesma votação, já que em 2017 teve 46,41 por cento e este ano 46,24 por cento. Mesmo assim perde um mandato e desce de cinco para quatro.
Os restantes três mandatos vão para a coligação que integra o CDS-PP, o PSD e a Iniciativa Liberal (IL), encabeçada por Pedro Farromba.
No Fundão, o PSD, com Paulo Fernandes, volta a aumentar a vantagem em termos de votação, ao passar de 55,17 por cento em 2017, para 56,74 por cento este ano.
Em sentido inverso, o PS, com Joana Bento, baixa de 28,79 por cento, para 27,72 por cento.
Em matéria de mandatos não há alterações, uma vez que o PSD continua com cinco e o PS com dois.
Armindo Jacinto, do PS, continua em frente para o terceiro mandato, em Idanha-a-Nova, embora tenha registado uma diminuição na votação, pois em termos percentuais baixou de 61,81 para 53,69. De qualquer modo, mantém os três mandatos que tinha.
Os dois mandatos restantes vão para o Movimento Para Todos (MOV.PT), encabeçado por José Gameiro.
Recorde-se que no mandato que agora termina a outra força que tinha dois mandatos na Câmara era o PSD/CDS-PP.
O Concelho de Oleiros, na Zona do Pinhal, continua pintado com as cores do PSD, com Fernando Jorge a partir para o terceiro mandato. Uma vitória que, no entanto, regista uma diminuição de votação, ao baixar de 58,39 por cento, para 52,30 por cento. De qualquer modo mantém os três mandatos que já tinha.
O Mais Concelho Oleiros (MCO), com António Jorge Antunes, assegurou 41,39 dos votos e dois mandatos.
Refira-se que no mandato anterior quem detinha dois mandatos era o Nós, Cidadãos, encabeçado por António Jorge Dias.
Também para o terceiro mandato vai António Luís Beites Soares, ao vencer, pelo PS, a corrida à Câmara de Penamacor. Ao obter 57,54 por cento dos votos, baixa em relação a 2017, quando alcançou 65,41 por cento, mas, mantém os mesmos três mandatos.
Os outros dois mandatos vão para o Abraçar Penamacor, encabeçado por Anselmo Cunha.
Refira-se que anteriormente dois dos mandatos também estavam nas mãos de independentes, nomeadamente com Domingos Torrão, do Penamacor no Coração.
Na Zona do Pinhal, em Proença-a-Nova, o PS e João Lobo continuam à frente da Câmara. João Lobo que vai para o segundo mandato completo à frente da autarquia. Antes disso já estava a presidir a Câmara, mas depois de João Paulo Catarino ter renunciado ao cargo. Note-se, no entanto, que os votos conquistados tiveram uma descida significativa, dos 74,28 por cento em 2017, para 64,57 por cento este ano.
O PSD/CDS-PP, encabeçado por Carlos Gonçalves, assegura os outros dois mandatos na autarquia Proencense.
A Sertã, também na Zona do Pinhal, protagoniza a única mudança de força partidária à frente de uma câmara, no Distrito de Castelo Branco, com o PS a conquistar uma autarquia que até agora era do PSD. O anterior presidente, o social democrata José Farinha Nunes não se pode recandidatar, devido a ter atingido o limite de mandatos. Assim, o PSD apresentou-se a estas eleições com Paulo Farinha como cabeça de lista.
A vitória nas eleições foi para Carlos Miranda, com o PS a conquistar 47,66 por cento dos votos, enquanto o PSD ficou pelos 42,81 por cento. Isto, quando nas Autárquicas de 2017, o PS teve 33,47 por cento e o PSD 58,43 por cento.
Como resultado desta reviravolta o PS tem agora quatro mandatos, quando tinha dois, enquanto o PSD tem três, quando tinha cinco.
Ainda na Zona do Pinhal, Vila de Rei continua a ser um bastião do PSD. Por isso, Ricardo Aires segue para o terceiro mandato, subindo inclusive a votação de 59,7 por cento, para 61,26 por cento.
O PS, por seu lado, com Luís Santos como cabeça de lista, desce a percentagem de votação de 27,98 para 26,97.
Ricardo Aires amplia a maioria absoluta, mantendo os quatro mandatos que já tinha, enquanto os socialistas continuam com o outro mandato.
Em Vila Velha de Ródão, o socialista Luís Pereira também avança para o terceiro mandato, com a particularidade que sobe a votação, ao passar de 69,29 por cento, para 73,73 por cento, o que lhe permite manter os quatro mandatos que já tinha.
O PSD/CDS-PP, com Carlos Faria como cabeça de lista, com 17,84 por cento dos votos, fica com um mandato, ou seja, mantém o que já tinha, embora em 2017 tenha conquistado mais votos, com 23,01 por cento.
No Distrito de Castelo Branco os dois partidos mais votados, PS e PSD, registaram um decréscimo de votos.
O PS desce de 47,31 por cento para 40,84 por cento, enquanto o PSD desce de 23,32 por cento para 16,68 por cento.
Noutra vertente, apesar de se ter registado um decréscimo do número de eleitores, o Distrito mantém um total de 63 mandatos. Nesta matéria, tanto o PS como o PSD registam diminuições. Os socialistas descem de 34 para 30 e os social democratas descem de 20 para 17.
De referir, ainda que em 2017 os grupos de cidadãos conseguiram dois mandatos, o CDS/PP um, o PSD-MPT dois, o PSD/CDS-PP dois e os independentes dois, enquanto este ano os grupos de cidadãos alcançaram nove mandatos, o CDS-PP/PSD/IL três, o PSD/CDS-PP dois, o PSD/CDS-PP/PPM um e a CDU um.
António Tavares