Edição nº 1713 - 27 de outubro de 2021

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

NO DIA EM QUE OS NOSSOS LEITORES tiverem a Gazeta do Interior na mão, será o dia em que se saberá do futuro deste governo, resultado da aprovação ou chumbo do Orçamento para 2022. Assumo que errei na avaliação que aqui fiz na semana passada ou mesmo em anteriores crónicas. Sempre acreditei que por variadas razões, nomeadamente pelo atual contexto de estarmos a sair de uma pandemia como nenhum de nós tinha vivido e a consequente situação de crise económica e social, mesmo que mitigadas pelos apoios extraordinários concedidos, sempre acreditei que os partidos à esquerda do PS acabariam por viabilizar o Orçamento, até porque houve a perceção da parte de grande parte da sociedade de que o Orçamento atual já era razoavelmente diferente do que fora entregue na Assembleia da República pelo ministro das Finanças, João Leão. Um Orçamento que a oposição acusa de ser o mais à esquerda de sempre e que é, julgamos nós, resultado das negociações com os partidos que até agora haviam suportado o governo. O chumbo do Orçamento, que hoje é o cenário mais provável, vai levar a novas eleições. E levanta algumas questões interessantes. Uma delas é a de saber se os partidos envolvidos nas negociações terão refletido sobre o dia seguinte. Sabendo-se que o panorama não será o melhor para a esquerda. Em abril será que teremos um Orçamento melhor? Sinceramente tenho muitas dúvidas. Arriscamo-nos a entrar num ciclo de instabilidade, já que é pouco provável que das eleições antecipadas resulte um governo de maioria absoluta. À direita ou à esquerda haverá coligações, mas se o PS vencer terá também de vencer a desconfiança em relação aos antigos companheiros da gerigonça. Resta o bloco central, que ninguém parece querer ou um governo liderado pelo PSD com apoio dos partidos à sua direita. E não é preciso ser adivinho para sabermos quem vai ter uma maior presença no Parlamento. Que num mundo de linhas vermelhas, ainda continua a ser a linha vermelha da direita. Até quando?

A JORNALISTA FILIPINA MARIA RESSA, que ganhou este ano o Prémio Nobel da Paz, disse numa entrevista que o Facebook falha em combater a disseminação de notícias falsas e a propagação de ódio na Internet. Para ela, os algoritmos da rede social “priorizam a disseminação de mentiras misturadas à raiva e ao ódio aos fatos”. E a antiga funcionária do Facebook, Frances Haugen, confirma isto mesmo, suportada em milhares de documentos internos que recolheu antes de se demitir e agora vazou para a imprensa. Comprovam que a preocupação maior de Mark Zuckerberg é a maximização do lucro, pouca atenção dando aos grupos que se movimentam especialmente no Facebook e no WhatsApp e que disseminam noticias falsas, o ódio e a violência. Investigação comprova que as redes sociais controladas por Zuckerberg tiveram um papel importante em situações lesivas da democracia, como o ataque ao Capitólio. Frances, que conhece bem a empresa por dentro, agora assumiu a missão de fazer as pessoas entenderem que a rede social pode ser tão perigosa quanto útil e que, portanto, deve ser controlada. Por quebras graves de privacidade, também por recentes problemas técnicos, o Facebook é visto pelos utilizadores cada vez mais como um lugar pouco seguro e já é vista por especialistas como uma empresa a prazo…

27/10/2021
 

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