Edição nº 1718 - 1 de dezembro de 2021

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

E QUANDO, para tantos comentadores políticos da nossa praça, eram favas contadas que o Rangel, apoiado pela grande maioria dos nomes sonantes do partido. Um líder que só queria a maioria absoluta nas eleições de janeiro, menos que isso nem aceitava considerar. Eis que Rio mais uma vez contraria as previsões e aparece como vencedor, utilizando uma palavra muito em voga, a mostrar uma resiliência a todos os títulos notável. As bases social democratas estão maioritariamente com Rio, pelo menos quando confrontado com a figura de Rangel que, pese embora a aura de político vencedor, tem acumulado uma série de derrotas, lembrando por exemplo os números baixos com que foi eleito para o Parlamento Europeu. Porque isto acontece, é difícil de entender. Mas neste confronto de que Rui Rio saiu vitorioso, para além de as bases talvez se reverem preferencialmente na área política de centro esquerda, a social-democracia que está na génese da sua criação, parece-nos também que a imagem de uma certa fragilidade física, numa época em que o poder da imagem é essencial na comunicação, poderá ser um pouco responsável pelo resultado desta disputa eleitoral. Mas isto já é passado, o que é fundamental agora é pensar o futuro. E não há dúvida que a imagem de Rio saiu bastante reforçada e estamos certos de que veremos já as próximas sondagens de opinião a refletirem uma tendência de subida que pode mesmo acabar por dar-lhe a vitória nas legislativas de janeiro.

SE PARA OS ANTIVACINAS, o atual surto de COVID que se vive é a prova provada da justiça da luta contra a vacinação que segundo eles não traz quaisquer benefícios, para além das teorias da conspiração, quase sempre idiotas. Mas de fato a situação que agora se vive é a demonstração de que a vacina funciona mesmo, não evitando totalmente a transmissão do vírus mas está provado que diminui de forma drástica as manifestações graves da doença que tornem necessário o internamento e a passagem pelos cuidados intensivos sem esquecer que a vacinação poupou a vida a milhares de cidadãos. E sabe-se que a maior parte daqueles que têm necessitado de internamento são pessoas não vacinadas. Em Portugal, o país com a população mais vacinada da Europa, um dos de maior percentagem de vacinados no mundo, vive-se uma situação que preocupa e leva ao retorno de algumas restrições, ainda para mais com a nova variante batizada de ómicron a deixar meio mundo em pânico porque sobre ela ainda não há muitos dados científicos. Mas estamos longe da crise que se vive em países europeus de muito menor taxa de vacinação como a Alemanha, os Países Baixos ou a Áustria, que obriga ao retorno do confinamento, especialmente doloroso numa fase de cansaço pandémico e a deitar por terra o trajeto de retoma da economia. Espera-se que Portugal, país de sucesso vacinal, não tenha de viver de novo este drama.

01/12/2021
 

Outros Artigos

Em Agenda

 
08/06
As linhas vão ao cinemaCine-Teatro Avenida, Castelo Branco

Gala Troféu Gazeta Atletismo 2023

Castelo Branco nos Açores

Video