CÂMARA DE CASTELO BRANCO
IC31 e água dominam reunião
O Itinerário Complementar 31 (IC31) e questões relacionadas com a água, nomeadamente a construção das barragens do Barbaído e do Alvito e o Regadio a Sul da Gardunha a partir da Barragem da Marateca, estiveram, no centro das atenções da reunião da Câmara de Castelo Branco realizada na passada sexta-feira, 17 de dezembro.
A temática do IC31 foi inicialmente abordada por Jorge Pio, do SEMPRE - Movimento Independente, ao pretender saber a posição do presidente da Câmara, Leopoldo Rodrigues, sobre o assunto, bem como se tinha informação de pormenor sobre o projeto, sendo de recordar há poucos dias, tal como a Gazeta do Interior noticiou, foi publicado em Diário da República, o concurso para a elaboração do projeto.
Leopoldo Rodrigues afirmou que “temos um pensamento sobre o IC31. Devia ser de faixa dupla. Mas também somos objetivos. Todos nós nos debatemos por um IC31 com quatro faixas de rodagem”, mas admite que “se não for possível, melhor será assim (a solução que agora foi conhecida) que a ligação que temos”.
Seja como for, Jorge Pio, não perdeu a oportunidade de destacar que “o concurso para elaboração do projeto é uma grande desilusão. Uma afronta ao Interior, a Castelo Branco. É um projeto pouco ambicioso”.
Opinião partilhada por Luís Correia, também do SEMPRE, ao assegurar que a diferença entre “a requalificação da estrada existente e o perfil de autoestrada faz toda a diferença”, para considerar que “é uma farsa o que se está a passar em relação ao IC31”.
Luís Correia recordou que “em 2011 chegou a começar o estudo de impacto ambiental do IC31 com perfil de autoestrada”, partindo deste ponto para desafiar “o Partido Socialista (PS) e o Partido Social Democrata (PSD) para, todos juntos, nos unirmos em torno do IC31, com perfil de autoestrada”, deixando ainda um segundo desafio ao PS e PSD para que “assumam a ambição que tanto apregoam”.
Desafio a que João Belém, do PSD, respondeu, ao garantir que o IC31 a Barragem do Barbaído e o Regadio a Sul da Gardunha “são problemas que nos preocupam”.
Já no que se refere à Barragem do Barbaído, o tema foi levantado por Luís Correia, ao recordar que “na reunião anterior fizemos cinco perguntas a que não obtivemos resposta”, para assegurar que “o SEMPRE opõe-se a que sejam os Albicastrenses a pagar a Barragem”. Quanto à falta de resposta defende que “todos nós temos obrigação de procurar esclarecimento e esclarecer os Albicastrenses”, para avançar que o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, “disse que falou com o Governo e com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRDC) sobre as barragens do Barbaído e do Alvito”. Motivo que o leva a acrescentar uma nova pergunta, pois, “para esclarecimento dos Albicastrenses gostaríamos de saber, a resposta do Governo e da CCDRC sobre esses temas”.
Leopoldo Rodrigues na reação a esta intervenção, começou por recordar “as imensas publicações de um vereador que aqui passou e tantas vezes se queixou da falta de respostas”, para garantir que, “em devido tempo, todos serão informados”.
Perante isto Luís Correia sublinhou que “fico muito desiludido com a resposta”, com a “atitude de não responder a coisas importantíssimas” e argumentou que “eu não respondia a provocações de nível pessoal”.
Luís Correia relembra que Leopoldo Rodrigues “fez também uma declaração sobre o Regadio a Sul da Gardunha: «Sou contra o Regadio», ao mesmo tempo fala em fazer a Barragem do Barbaído”, para denunciar “o desnorte completo em relação à água”.
Na sessão, o vice-presidente da Câmara, Hélder Henriques, que participou na reunião por videoconferência, introduziu ainda o tema do parque habitacional, para denunciar que a autarquia está impedida de concorrer a um pacote de 1.211 milhões de euros, como resultado do anterior executivo ter descurado a Estratégia Local de Habitação, que permitira consubstanciar uma candidatura ao 1.º Direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação foi feito, a partir de 3 de junho deste ano, admitindo, no entanto, que “podia estar mais adiantado”. Isto, enquanto Luís Correia argumentou que “a devido tempo foi lançado o programa Habitar Castelo Branco Solidário”.
António Tavares