PARCERIA ENTRE A CÂMARA E A AMATO LUSITANO ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO
InterCOOLturas termina com balanço positivo no final de dois anos e meio
O projeto InterCOOLturas – Mediadores Municipais e Interculturais, que decorreu ao longo dos últimos dois anos e meio, desenvolvido pela Câmara de Castelo Branco e pela Amato Lusitano Associação de Desenvolvimento, teve a sua sessão de encerramento dia 15 de dezembro, na Biblioteca Municipal de Castelo Branco.
Recorde-se que o InterCO OLturas tinha como objetivo o reforço da integração das populações mais vulneráveis, designadamente a comunidade cigana, bem como o aprofundamento do diálogo intercultural entre as várias comunidades e a sociedade de acolhimento. Tudo, como a finalidade de contribuir para a coesão social, para a melhoria da qualidade de vida e a convivência intercultural, mediante uma gestão positiva, participativa e preventiva da diversidade através de uma intervenção mediadora.
Na sessão de encerramento, o presidente da Amato Lusitano, Arnaldo Brás, recordou que o projeto teve “diversas atividades”, destacando, por exemplo, “13 ações, em que uma delas foi uma mostra do que é a mulher cigana, intitulada Etnia no Feminino”.
Arnaldo Brás destacou também a Feira de Diversidade e Diálogo Cultural, assim como a um documentário alusivo ao quotidiano, em vertentes como os usos e costumes, a cultura e as dificuldades, entre outras.
O presidente da Amato Lusitano realçou ainda que “é importante perceber o que era a comunidade cigana em Castelo Branco há vinte e poucos anos atrás e o que é hoje”, para sublinhar que “as barracas foram erradicadas de Castelo Branco”.
O presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, começou por falar no “projeto que teve uma dinâmica levada a cabo pela Amato Lusitano, com outros parceiros”, para considerar que este era um projeto que “tinha objetivos específicos, que era a intervenção junto da comunidade cigana e dos migrantes, no sentido de os integrar, pois temos esse dever e obrigação”.
Leopoldo Rodrigues referiu-se igualmente à importância que “todos os que habitam o território tenham os mesmos direitos, mas também as mesmas responsabilidades. Há que ter a consciência de que isso é importante”, para acrescentar que “a comunidade cigana está, felizmente, bastante mais integrada”.
Em relação à comunidade migrante, o autarca começou por se referir “à carência de mão de obra e à diminuição da população”, sendo que “as empresas precisam de mão de obra”. Isto, para considerar que “não podemos apenas pensar em atrair população e é aí que entra a Amato Lusitano, com o acolhimento e integração de imigrantes e também de refugiados”.
Perante isto Leopoldo Rodrigues não duvida que “com o terminar deste projeto estamos todos um pouco mais ricos e mais completos” e garantiu que “a missão é para continuar”.
Refira-se que de acordo com dados avançados pelo InterCOOLturas no Concelho de Castelo Branco a comunidade cigana soma 718 pessoas, das quais 366 homens e 352 mulheres. Castelo Branco, com 506 elementos representa a maioria, seguindo-se-lhe Monforte da Beira (111), Cebolais de Cima e Retaxo (21), Lardosa (18), Escalos de Cima e Lousa (17), Palvarinho (10), São Vicente da Beira (oito), Salgueiro do Campo (sete), Póvoa de Rio de Moinhos (seis), Ninho do Açor (seis), Escalos de Baixo e Mata (três), Tinalhas (três) e Alcains (dois).
Outro dado indica que ao longo do projeto se realizaram sete ações de sensibilização para a saúde, que envolveram 202 pessoas; assim como seis formações a parceiros, com 81 participantes.
O InterCOOLturas, que contou com 23 parceiros, entre outros pontos a destacar, apresentou a exposição Etnia no Feminino, que esteve exposta em 10 instituições, contou com a publicação de 24 crónicas e permitiu que fossem encaminhadas para emprego ou formação 58 pessoas.
António Tavares