Edição nº 1739 - 27 de abril de 2022

48 ANOS DO 25 DE ABRIL
Comemorações com discursos, poesia e música

O Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco (CCCCB) foi o palco escolhido, esta segunda-feira, 25 de Abril, para acolher a Sessão Solene Comemorativa da Assembleia Municipal de Castelo Branco dos 48 anos do 25 de Abril de 1974, que contou com a presença da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa. Comemorações que tiveram um significado especial, pois com os 48 anos da Revolução dos Cravos, já são mais os anos vividos em liberdade e democracia, que sob a ditadura do Estado Novo.
Na abertura da sessão, o presidente da Assembleia Municipal, Jorge Neves, começou por salientar que “48 anos depois já quase tudo foi dito sobre o 25 de Abril. Um episódio importante na nossa história”, para destacar que “há que evitar a banalização da data, para não transmitirmos aos jovens que é apenas mais um feriado, que é apenas mais uma efeméride”. Isto, para defender que há que transmitir “a importância do que foi a Revolução dos Cravos na nossa história”.
Jorge Neves afirmou também que “abril é um desígnio ainda não totalmente cumprido. Muito falta ainda por fazer”, admitindo igualmente que “nem tudo está bem. Falta ainda cumprir muitos objetivos”, pelo que “ao que ainda está por fazer não podemos desistir, antes persistir”.
Por outro lado, sublinhou que com o 25 de Abril “uma das conquistas mais bem sucedida foi a instauração do poder local democrático”.
Aliás, este foi o ponto de partido da intervenção do Movimento Partido da Terra (MPT), Ernesto Candeias Martins, ao afirmar que há que “recordar que o poder local democrático nasceu do 25 de Abril”. Adiantou, depois, que “com a força do nosso povo continuaremos a resistir”, não deixando de referir a importância da “evocação dos que fizeram com que ele (25 de Abril) pudesse ter nascido”.
Ernesto Candeias Martins garantiu que “estamos hoje num Portugal diferente, mas esta democracia é uma flor que precisa de ser regada”, porque “a liberdade é muito frágil”.
Noutra abordagem, avançou que continua a haver desigualdades sociais”, bem como que “há que apostar, sempre, na qualidade de vida das populações, há que valorizar a democracia participativa”, assim como “temos que estar atentos às ameaças à liberdade e à democracia”.
Acrescentou ainda que “o 25 de Abril foi uma viragem forte no País”, para frisar que “o 25 de Abril não tem um futuro fácil. Há que lutar cada dia para que ele se materialize”.
Por seu lado, João Ribeiro, do Chega, assegurou que “a Revolução trouxe a Portugal o sonho da liberdade”, para denunciar que o 25 de Abril “ficou manchado, desde o início, pelas forças de esquerda, que queriam ficar com o poder”. Com base nesta posição recordou o período do Plano Revolucionário em Curso (PREC) e destacar “o 25 de novembro e Ramalho Eanes, com o contragolpe”.
João Ribeiro assegurou igualmente que “abril e o seu espírito nunca foram cumpridos, porque foram corrompidos, desde o início”.
Já para José Alberto Duarte, da coligação Partido Social Democrata/Centro Democrático Social – Partido Popular/Partido Popular Monárquico (PSD/CDS-PP/PPM), recordou que “o Estado Novo durou 48 anos e hoje também comemoramos 48 anos do 25 de Abril. Com Portugal, também Castelo Branco evoluiu muito. A democracia consolidou-se e a liberdade ainda nos faz companhia”. Mas deixa uma pergunta quanto ao que “esperar do futuro”, para avançar que “Castelo Branco tem que virar a página. Tem que voltar a crescer” e deixou “um apelo aos jovens, para que se sintam mais motivados para a intervenção na vida pública”.
Por seu lado, Pedro Crisóstomo, do SEMPRE – Movimento Independente, não duvida que “este é um dia repleto de significado para todos nós”, pelo que “assinalar o aniversário do 25 de Abril é uma honra, é um dever. O 25 de abril deu aos Portugueses uma oportunidade de debaterem e de decidirem o seu destino coletivo”.
Daí defender “25 de Abril sempre, porque os valores de abril devem estar presentes todos os dias”, embora admita que “ainda há muito a fazer e a corrigir. Uma parte de abril está ainda por cumprir”.
Pedro Crisóstomo assegurou que “uma democracia constrói-se todos os dias. A liberdade foi conquistada numa data que hoje celebramos “, sendo que “a liberdade é o bem mais precioso que possuímos. Não podemos prescindir dela”. Assim como defendeu que “o espírito do 25 de Abril é um espírito construtivo. A liberdade é a razão de ser de estarmos aqui e também o que nos aproxima”, concluindo que “é tempo de fazer mais. É tempo de fazer melhor”.
Francisco Pombo Lopes, do Partido Socialista (PS), começou por referir que “hoje celebramos a liberdade e a democracia”, relembrando que “Portugal, sem o 25 de Abril, não seria o País que hoje conhecemos”, recordando, por exemplo, que possibilitou a adesão à então Comunidade Económica Europeia (CEE), atual União Europeia (EU), e a criação do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O socialista destacou também que “a defesa da democracia deve ser contínua, porque as ameaças também o são”, rematando que “a democracia existe ao serviço do povo e é uma obra inacabada em contínuo desenvolvimento”.
Na mesma linha, o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, afirmou que “este é um dia marcante da memória e da vida coletiva de Portugal. 25 de Abril foi e é uma ideia de futuro. Portugal mudou. 48 anos depois não podemos esquecer que Portugal era um país com alta taxa de analfabetismo, com alta mortalidade infantil, não havia uma aposta clara no progresso e no desenvolvimento. O que existiam eram teimosias ditatoriais”. Por isso não duvida que “os Portugueses vivem muito melhor, hoje”, o que o leva, no entanto, a questionar “os desafios de hoje, no Interior do País”. Matéria em relação à qual considera que “há que continuar a investir nas pessoas e na sua qualidade de vida. Castelo Branco deve apostar mais nas nossas crianças e nas famílias Albicastrenses. Há que combater a tendência acentuada de desertificação humana”. Tudo para garantir que “queremos continuar a trabalhar para a melhoria da qualidade de vida dos nossos cidadãos”, até porque “abril é uma ideia em permanente construção”.
Terminadas as intervenções políticas, foi então a vez da poesia, dita por Maria de Lurdes Gouveia Barata, Manuel Costa Alves, Maria da Luz e José Dias Pires, marcar presença na sessão, claro está com a sua ligação ao 25 de Abril de 1974. O mesmo acontecendo com a música, a começar pelo incontornável Grândola Vila Morena, de José Afonso, e por Canta, canta amigo canta, de António Macedo, ambos por Sons & Ecos.
António Tavares

27/04/2022
 

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