João Belém
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
“Há pessoas que geram felicidade onde quer que vão;
outras sempre que se vão embora”
Oscar Wilde
“Inteligência emocional é um conceito da Psicologia que caracteriza o indivíduo capaz de identificar seus sentimentos e suas emoções com mais facilidade.” (Daniel Goleman, psicólogo norte-americano)
Diferente do quociente de inteligência (QI), a inteligência emocional não trata de conhecimentos de cunho intelectual, científico ou académico, mas de saber reconhecer e lidar com sentimentos e emoções, apontando ao desenvolvimento pessoal e profissional.
Uma das grandes vantagens das pessoas com inteligência emocional é a capacidade de se automotivar e de seguir em frente, mesmo diante de frustrações e desilusões.
Entre as características da inteligência emocional está a capacidade de controlar impulsos, canalizar emoções para situações adequadas, praticar a gratidão e motivar as pessoas, além de outras qualidades que possam ajudar a encorajar outros indivíduos.
De acordo com Goleman, e juntamente com a colaboração de autores como Howard Gardner ou Peter Salovey a inteligência emocional inclui os seguintes ingredientes:
· Autoconhecimento emocional (o conhecimento das próprias emoções)
· Controle emocional (a capacidade de controlar as emoções)
· Automotivação (a capacidade de se motivar a si mesmo)
· Empatia (o reconhecimento das emoções alheias)
· Desenvolver relacionamentos interpessoais (o controle das relações)
A inteligência emocional, quando bem trabalhada, favorece o bom relacionamento entre as pessoas, permitindo um maior entendimento nas relações pessoais, e a melhor interação (e comunicação) no trabalho. Portanto, há vantagens nos dois setores.
Quando existe consciência das próprias habilidades e competências, a pessoa é capaz de traçar metas e objetivos, transformando sonhos em realidade.
Conhecer sua essência é transformador e traz um entendimento maior das ferramentas que se tem para realizar o que se deseja. Desenvolver inteligência emocional é algo progressivo, pois esse conceito é maleável e pode ser modificado ao longo da vida.
O cérebro pode ser treinado para ter comportamentos emo-cionalmente inteligentes e transformá-los em hábitos. No entanto, é preciso fazer isso com cautela, pois sentir emoções (e não as neutralizar) é o que torna nossa existência mais rica.
Estudos apoiam esmagadoramente para a necessidade de uma educação mais global que incida, obviamente, nos aspetos cognitivos e no conhecimento, mas também, de forma explícita, na educação dos sentimentos.
Como a psicologia e as neurociências realçam, a educação das emoções não é um luxo, mas sim uma necessidade imperiosa que temos de enfrentar desde as primeiras etapas do sistema de educação, pelos imensos benefícios que tem associados.
Não o fazer é uma irresponsabilidade.
Outra conclusão muito importante prende-se com as repercussões da inteligência emocional na nossa saúde e no nosso bem-estar pessoal.
Investigações mostram-nos que é preciso estimular positivamente a saúde e que estar saudável não é simplesmente sinónimo de não estar doente. Há que promover a felicidade das pessoas, mais do que refrear apenas a tristeza ou as emoções negativas e, para isso, precisamos de sabedoria emocional.
A velocidade das nossas vidas por vezes afasta-nos da felicidade, porque não nos deixa pôr as coisas em perspetiva.
É essencial sermos capazes de abrandar e de parar um pouco para contemplarmos a nossa vida e fazermos as perguntas adequadas.