APRESENTADO NO DIA 24 DE JUNHO
José Dias Pires edita ensaio biográfico sobre António Salvado
A Ininterrupta Viagem: António Salvado e a Sinfonia da Teimosia é o livro da autoria de José Dias Pires, com a chancela da Editora Labirinto, que é apresentado, por Alfredo Pérez Alencart, dia 24 de junho, a partir das 18h30, na Fábrica da Criatividade, em Castelo Branco.
José Dias Pires realça que a obra “nasceu das longas conversas entre mim e o nosso querido António Salvado nos últimos anos” e adianta que “trata-se de um ensaio biográfico cujo texto na contracapa ajudará a perceber do que pode tratar-se”.
Texto em que o autor escreve: “Um outono primaveril.
António (Salvado) fez-se poeta nas ruas dos seus pais cujas histórias o vento por lá deixou.
Cresceu na escrita através dos traços que ficaram depositados pelo tempo: nas paredes, nas soleiras das portas, nos parapeitos das janelas e nos arames dos estendais onde as marcas das molas que seguravam os panos não se envergonhavam da nudez que, por vezes, as acompanhava.
Ruas de pais e filhos que estiveram cheias de gente nova e onde, hoje, habitam as ausências dos que lhes foram importantes.
Foi assim que António (Salvado) aprendeu a escrever as sedes que não se saciam com oceanos, e as memórias dos quintais onde as velhas figueiras resistem, nos seus nós, às formigas que resistem ao tempo e são imagem da Eternidade Infantil.
José (Dias Pires) fez-se observador de si e dos outros e aprendiz das palavras escritas nas ruas dos filhos que nasceram fora das muralhas. Aprendeu, com o passado dos seus, a importância da palavra futuro e dos espaços de sonhar onde acaba a ditadura do tempo.
E, porque o futuro não se perde nos dias nem se desculpa com o espaço, procura, em cada segundo, o horizonte onde mora a Eternidade Infantil.
António e José construíram entre si a amizade perene do outono primaveril que se resume em tanto e tão pouco: aceitar o novo e desejar tudo; pertencer a todos os lugares; ser aventura, desafio; gostar de quem fala com os olhos, sem gritar; ser artista, conquistado e conquistador; ser feliz com pouco; ser inventor, poeta e escritor antes das palavras; ser impaciente e apressado sem ligar ao tempo; gostar de fantasias e acreditar nelas; desafinar na melhor das afinações; pedir e oferecer com os olhos e acreditar que há futuro”.