Edição nº 1763 - 19 de outubro de 2022

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

17 DE OUTUBRO foi o Dia Internacional da Erradicação da Pobreza. Também uma oportunidade para nós, em Portugal, refletirmos sobre o problema que afeta quase dois milhões de portugueses, sobre o problema de que os nossos líderes políticos já por várias vezes juraram querer enfrentar de uma forma definitiva mas que, para lá das boas intenções, o que os números mostram é que temos subido no ranking vergonhoso dos países europeus com mais pobreza. E os dados hoje publicados pela Pordata, mostram que Portugal foi um dos países onde a pandemia mais pobreza fez crescer. Se tal não fosse suficiente, a inflação atual, com valores como há muitos anos não se via, vai comendo em especial as pensões e salários mais baixos. Quem receba um salário mínimo, vê-o encolher cerca de 40 euros. Ou quem receber pensão mínima, já de si abaixo do valor definido de limiar de pobreza, (554 euros) vê as suas condições de vida dramaticamente afetados. Estas e muitas outras situações, incluindo a classe média que é especialmente afetada também pelo elevado, e em parte incompreensível, custo dos combustíveis, traz angústia a muitas famílias que, depois de pagar a renda ou a prestação da casa, a água, eletricidade e gás, alimentação e transportes vê o mês ser cada vez curto. Quem vive com as pensões mínimas de velhice, nomeadamente as do regime não contributivo, que serão mais do que se imagina, seria obrigado a viver em condições de grande sofrimento social, se não fosse a rede de centros de dia que cobre uma boa parte das nossas freguesias. Portugal assumiu perante a União Europeia o objetivo de tirar 660 mil pessoas da pobreza até 2030 através do programa Estratégia Nacional de Combate à Pobreza. Sabe-se que sem os vários apoios sociais seriam mais de 4 milhões que estariam a viver na pobreza. Por várias formas, exige-se que os nossos governantes tomem medidas que façam cumprir o objetivo e que minimizem ao máximo esta chaga que envergonha um país que se quer menos desigual. De todas as formas, mas não como aquela que a Câmara lisboeta lembrou de promover. Inqualificável, a ideia de pedir às juntas de freguesia que sinalizassem os moradores que viviam em situações de pobreza ou no seu limiar, para receberem uma senha que lhes daria acesso a um piquenique, mas que incluiria um desfile de pobres pela avenida da Liberdade. A maioria das juntas de freguesia recusou aderir à iniciativa, o clamor foi tal que a ideia foi para o caixote do lixo.

19/10/2022
 

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